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Restrições no acesso ao Tejo pela Quinta da Labruja agitam política na Golegã

Restrições no acesso ao Tejo pela Quinta da Labruja agitam política na Golegã

Presidente da câmara Veiga Maltez e vereadora Ana Caixinha alvos de fortes críticas na assembleia municipal
A Câmara Municipal da Golegã estabeleceu um protocolo com os proprietários da Quinta da Labruja, em que autorizava a colocação de portões num caminho público que dá acesso ao rio Tejo e que passa por dentro da propriedade. No mesmo acordo, e em contrapartida, os proprietários comprometiam-se a construir um caminho alternativo para quem quer aceder ao rio nessa zona, mas só parte do protocolo foi cumprida. Os portões foram de imediato colocados e estão quase sempre fechados, mas o caminho alternativo está por fazer.Na última sessão da Assembleia Municipal da Golegã, alguns dos eleitos não esconderam o seu descontentamento face à situação, porque, em sessão anterior, o executivo da Câmara da Golegã tinha levado o protocolo à assembleia para ser ratificado e, na altura, a vereadora Ana Caixinha garantiu que tudo estava ser tratado e os goleganenses não iriam ser prejudicados. Ou seja, teriam um acesso ainda melhor ao Tejo e sem terem que passar por dentro da quinta. Só que, agora, nem há caminho alternativo nem, por vezes, se consegue passar pelo interior da quinta pois os portões estão fechados.Esta situação está a indignar os goleganenses e levou a que os eleitos do próprio PS (partido que gere o município) tenham levado à reunião da assembleia municipal de 29 de Abril uma recomendação, aprovada por unanimidade, onde pediam uma explicação cabal sobre o assunto. Recomendavam ainda a retirada dos portões e a colocação de avisos de que se tratava de um caminho público que podia ser utilizado sem restrições.Até à reunião da assembleia municipal realizada a 26 de Junho as explicações não chegaram à assembleia. E como os portões estão quase sempre fechados os socialistas voltaram a abrir as hostilidades. “Queremos saber o que se passa e por que é que o caminho alternativo não é feito. Por que se permitiu a colocação dos portões sem que houvesse alternativa para as pessoas que querem continuar a deslocar-se até ao rio”, perguntou o porta voz da bancada socialista.Nessa altura o presidente da câmara, Veiga Maltez (PS), ainda não estava presente na reunião e foi o vice-presidente, Rui Medinas, que respondeu. “Surgiram uns problemas que serão resolvidos com a revisão do PDM - Plano Director Municipal”.A discussão azedou com a chegada do presidente. O porta-voz dos socialistas pediu a Veiga Maltez para interceder junto dos proprietários da quinta para manter os portões abertos e colocar sinalização de que se trata de um caminho público - “e que o faça o mais rápido possível”.Lúcio Marques, do GIGA, foi mais longe e garantiu que a permuta é extremamente lesiva para a população do concelho e para os forasteiros que vêm à Golegã, para pescar e passar o dia junto ao rio Tejo. Propôs por isso que se o problema não for resolvido entretanto, na próxima reunião da assembleia seja anulada a aprovação do protocolo. Das bancadas do PSD e do CDS surgiram também críticas fortes ao presidente da câmara.A resposta de Veiga MaltezVeiga Maltez respondeu no seu jeito habitual. “Lamento que a família Vasconcellos e Souza esteja a ser atacada desta maneira, já colaborou e cedeu terrenos à câmara sem qualquer contrapartida. Há um protocolo que a assembleia aprovou e que é claro: os portões só serão fechados depois do caminho alternativo estar feito. Não desconfiem da família Vasconcellos e Souza e do executivo da Câmara da Golegã, porque não têm razão para isso. O problema, se existe, resolve-se com uma conversa com o representante da família”, disse.O que levou Lúcio Marques a perguntar: “Então porque é que ainda não falou com a família? O senhor fez orelhas moucas em relação à reclamação apresentada nesta assembleia”. E acrescentou: “Não esteja a atirar para cima da assembleia que estamos a atacar ou a desconfiar da família Vasconcellos e Souza, isso é uma mentira. Não foi a família que nos enganou. Foi o presidente da Câmara da Golegã, José Veiga Maltez, e a vereadora dos assuntos jurídicos, Ana Caixinha, que nos enganaram, ao trazerem ao plenário para aprovação, um protocolo que já sabiam que não era exequível”.O presidente da assembleia, Luís Vaz Godinho (PS), vendo que a discussão se estava a tornar muito preocupante, interveio para dizer que aguarda a resposta por escrito da câmara, e que as pessoas possam continuar a utilizar o caminho para o rio.
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