A Câmara Municipal de Abrantes gastou cerca de 60 mil euros na aquisição de 30 oliveiras centenárias para colocar no recinto exterior da Escola Básica Maria Lucília Moita, em Alferrarede. A opção foi criticada pela oposição, mas a presidente da autarquia, Maria do Céu Albuquerque justifica a compra, feita por ajuste directo a uma empresa de Proença-a-Nova, alegando que a medida “transcende a mera colocação ornamental de árvores” e cumpre todos os requisitos legais.“É uma decisão que se pauta por ter fundamento estratégico e com um significado imaterial. É uma marca: Alferrarede e o concelho de Abrantes pretendem, desde há muito, afirmar a sua importância na produção de azeite, não apenas como produto económico mas também como referência cultural, turística e de lazer, através do reconhecimento como território que privilegia este milenar produto natural de excelência”, lê-se na resposta enviada a O MIRANTE pelo Gabinete de Comunicação da autarquia.Uma opção estratégica que os vereadores do PSD não partilham, conforme deixaram claro na última reunião de câmara quando levantaram a questão ainda sem terem certezas sobre os contornos do negócio. “Num período de tão grande aflição e sofrimento social e quando a câmara municipal apenas afectou a quantia de 50 mil euros ao programa do Banco Social, o preço pago por estas 30 oliveiras, a ser verdade, seria tão chocante e revelaria uma insensibilidade social tão grande que nos recusamos a acreditar que seja verdade”, considerou Santana-Maia Leonardo.Pouco depois, a presidente da autarquia confirmaria os números avançados pelo vereador do PSD. Esses dados, aliás, encontram-se disponíveis no portal na Internet (http://www.base.gov.pt/) que dá acesso aos ajustes directos feitos por entidades públicas. Lá se refere que a aquisição de 30 oliveiras centenárias foi feita por 50.950 euros mais IVA à empresa Aeroflora, de Proença-a-Nova. A data de publicação é 16 de Abril de 2013.