Dificuldades do empreiteiro embargam obras na estrada entre Setil e Cartaxo
O processo de adjudicação da requalificação do traçado remonta já a 2009, mas pouco ainda se fez, com excepção da retirada de pedaços de alcatrão.
Se durante perto de um ano as obras de requalificação da Estrada Nacional 114-2, que liga o Cartaxo a Setil, estiveram suspensas por atraso no pagamento de verbas do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional), agora que o dinheiro já chegou é o empreiteiro que está sem capacidade para prosseguir a empreitada. A Câmara do Cartaxo está a tentar resolver o problema e acredita que terá de arranjar outra empresa para concluir as obras. A autarquia já recebeu o dinheiro, já procedeu ao pagamento do valor em dívida ao empreiteiro, mas agora é a empresa que se encontra com dificuldades em prosseguir a obra. “Temos tentado contactar alguns membros da administração que se encontram fora do país. Provavelmente teremos de equacionar a cedência da posição contratual”, explicou o presidente da Câmara Municipal do Cartaxo, Paulo Varanda (PS), na última assembleia municipal que decorreu terça-feira, 25 de Junho. O autarca acrescentou que as dificuldades do empreiteiro prendem-se com o trabalho que desenvolve para muitas autarquias, referindo que o “Estado ainda não conseguiu ser um bom pagador”. A informação surgiu depois de o presidente ter sido questionado pelo eleito do PSD Vasco Cunha, que realçou que “a qualidade de vida daqueles moradores tem sido muito degradada”. Recorde-se que se antes a estrada, com uma extensão de seis quilómetros, estava alcatroada e cheia de buracos, agora existem grandes extensões de terra batida e o pó que se levanta na zona torna o ar irrespirável. Os moradores, que já estiveram presentes em reuniões de câmara para manifestar o seu descontentamento, consideraram que estavam melhor servidos com uma estrada “esburacada” do que com o pó que agora se levanta. A obra está enguiçada desde o início. Erros detectados nos projectos obrigaram a correcções ao perfil do traçado, o que levou a autarquia a pagar aos proprietários de um terreno privado onde se viu obrigada a entrar. O prazo da empreitada excedeu-se e a câmara teve de pedir uma nova reprogramação temporal da obra através da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT) para o Inalentejo, entidade que canaliza os 85 por cento da comparticipação com fundos europeus. O investimento total previsto é de cerca de 800 mil euros. O processo de adjudicação da requalificação do traçado remonta já a 2009, mas pouco ainda se fez, com a excepção da retirada de pedaços de alcatrão. Falta ainda gastar perto de 300 mil euros para se concluir a empreitada.
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