O fundador das festas do Colete Encarnado, José Van-Zeller Pereira Palha, era um apaixonado pela lezíria vilafranquense e pela figura do campino. A primeira edição, há 81 anos, contou com 60 campinos em desfile pelas ruas de Vila Franca, algo nunca visto. José da Cunha Pereira Palha, neto do fundador do Colete Encarnado, lembra-se de ir à festa com o avô. “Ele adorava o Colete Encarnado, o desfile de campinos, as ruas e casas engalanadas, passava um pouco por toda a festa. Só mais tarde surgiram as tertúlias”, conta. Na altura era administrador político, financeiro e cultural do concelho e a ideia de fazer as festas surgiu-lhe numa das suas tardes de meditação na Quinta das Areias, pertença da família, e o objectivo era angariar dinheiro para os bombeiros voluntários, dos quais era presidente. No primeiro ano houve logo uma corrida de toiros. E estreou-se a peça “A sesta”, da autoria de Reis Sousa, que retratava a vida do campino na lezíria. Nos primeiros anos actuavam fadistas de renome como Amália, Alfredo Marceneiro ou Maria Teresa de Noronha, todos amigos da família Palha.O grande proprietário rural à época era também um apaixonado pela fotografia e documentou inúmeras cenas da vida no campo. Passava muito tempo a contemplar a natureza. Tirou muitas fotografias do Colete Encarnado mas também de outras festas da região. José Van-Zeller Pereira Palha foi também um dinâmico dirigente. Foi presidente da assembleia-geral e da direcção dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca de Xira, sócio honorífico do Ateneu Artístico Vilafranquense e da Associação Fraternal dos Artistas Vilafranquenses.