uma parceria com o Jornal Expresso

Edição Diária >

Edição Semanal >

Assine O Mirante e receba o jornal em casa
31 anos do jornal o Mirante
"Não gosto de deixar as coisas a meio"

"Não gosto de deixar as coisas a meio"

Pedro Pereira, 45 anos, empresário, Tomar

Começou a trabalhar com apenas 17 anos, acumulando várias experiências profissionais até começar a co-gerir duas farmácias, um posto farmacêutico e um lar de idosos, localizados em outras tantas freguesias de Tomar. Pelo meio deixou um curso de Gestão que ainda quer terminar. A escola da vida foi na Renova onde, durante 14 anos, aprendeu bastante sobre relações interpessoais. Gosta de fazer passeios de barco pelo rio Zêzere com os três filhos, sonhando com o melhor para o seu futuro.

O meu pai era director hoteleiro das Pousadas de Portugal e acompanhei o seu percurso. Nasci em Lisboa mas rapidamente fui viver para Sagres, no Algarve, onde estive até aos nove anos. Sou o mais velho de três irmãos e, infelizmente, perdi a minha mãe com 12 anos. Mais tarde, o meu pai deslocou-se para o Caramulo e, finalmente, para a Pousada do Castelo do Bode. Cheguei a Tomar quase a fazer os catorze anos e sinto esta terra como minha.Quero terminar o curso de Gestão. Após a tropa, resolvi tirar um curso superior e entrei no ISLA, curso de Gestão, em Santarém. Não gosto de deixar as coisas a meio pelo que um dos meus projectos futuros passa por terminar esta formação. Estudei na Jácome Ratton e, por volta dos 17 anos, já a pensar na ida para a tropa, interrompi os estudos. Estive um ano a trabalhar na empresa Aníbal Henriques e quase quatro na João Salvador. Mais tarde, em part-time, surgiu a oportunidade de ir ajudar a administração da Fábrica de Papel da Matrena, que estava tecnicamente falida.Trabalhei na Renova, em Torres Novas, durante 14 anos. Foi a minha grande escola. Gostei muito desta experiência e da cultura institucional da empresa, muito virada para o bem-estar. Trabalhava inicialmente na estatística e posteriormente no sector de vendas, do papel de escrita e impressão. Negociei com a Imprensa Nacional-Casa da Moeda durante muitos anos o papel para a impressão do Diário da República e sou do tempo em que foi lançado o papel reciclado. Deixei a Renova em 2004, para abraçar a farmácia Ideal e projectos futuros idealizados. Trabalhar numa farmácia na aldeia dá-nos uma paixão diferente. Estamos mais próximos das pessoas do que se exercêssemos a actividade na cidade. As pessoas tratam-nos como se fossemos da família. Sabemos o seu nome próprio. Actualmente, divido-me entre o posto de Porto da Lage (Madalena), a Farmácia Saúde nos Casais, a Farmácia Ideal de Santa Cita (Asseiceira) e o Lar Pousadinha Ideal Sénior na Quinta do Falcão (S. Pedro de Tomar). Sou uma pessoa ambiciosa e tenho três filhos. Ambicionei criar um negócio para cada filho.Confio muito na minha equipa de trabalho. Tanto dou um elogio como chamo um colaborador à atenção, se for o caso. Fazemos entregas ao domicílio, um trabalho que sinto que é valorizado pelas pessoas, uma vez que vai ao encontro das suas necessidades. Trabalhamos sempre para o bem-estar do utente. Sou eu que faço pequenos arranjos nas empresas, se houver necessidade disso.No meu quintal tenho várias árvores de fruto. Os meus avós viviam na agricultura e aprendi muito com eles sobre a vida no campo. Não gosto da confusão das grandes cidades. Gosto de ir a concertos de música, ao cinema, de estar com amigos e dar passeios de barco com os meus filhos no rio Zêzere, que tem locais muito bonitos para explorar.Sou uma pessoa metódica. Antes de me deitar faço sempre uma reflexão do que foi o meu dia. Se foi positivo ou negativo ou que atitudes vou tomar no dia seguinte em relação a um assunto. No duche matinal costumo pensar muito e antecipar cenários, pensando nas suas soluções. Faço-o para não me dispersar e organizar melhor o meu dia. Não sou de dar respostas imediatas. Sou algo impulsivo e prefiro responder mais tarde antes de ferir susceptibilidades.Não descarto candidatar-me a um cargo político. Não sou filiado em partidos e, se o fizesse, seria sempre como independente. Já tive vários convites mas recusei. Penso que Tomar precisa de explorar melhor o potencial que tem. A instalação de novas empresas não devia ser travada pela máquina burocrática. Penso que a experiência que tenho como empresário poderia ser útil na gestão de uma autarquia como Tomar. Encaro isto como uma oportunidade de fazer algo pelos outros.Os meus erros são sempre assumidos por mim. Seja a trabalhar por conta de outrem, seja como empresário tento sempre dar o meu melhor. Não tenho um lema de vida definido. Fui jogador e treinador de futebol e penso que é fundamental ouvirmos os outros, para nos colocarmos no seu lugar. Como fiz desporto muitos anos, tento fazer exercício físico ao final do dia. Como qualquer pai, desejo apenas o melhor futuro para os meus filhos.Elsa Ribeiro Gonçalves
"Não gosto de deixar as coisas a meio"

Mais Notícias

    A carregar...