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Presidente da AIP avisa que bancarrota não está prevista na Constituição

Presidente da AIP avisa que bancarrota não está prevista na Constituição

“A educação são capelas imperfeitas”. “Sou dos que acreditam que os países não acabam”. "Em todo o mundo as boas ideias arranjam sempre bons investidores”. Estas foram algumas das frases chave de mais um “Encontros da Junqueira” onde José Eduardo Carvalho, presidente da AIP, voltou a lançar avisos à navegação.

O presidente da AIP, José Eduardo Carvalho, disse no final da última sessão dos “Encontros da Junqueira” que “é muito difícil restabelecer a confiança nos investidores num país onde a oposição política fala para os eleitores e o governo para os credores. Temos um grande problema para resolver que é descobrir como encontrar o equilíbrio entre a consolidação orçamental das contas públicas e o investimento. É impensável continuar a ter aumento da dívida pública todos os anos. Temos que resolver o nosso problema com crescimento e produtividade”, salientou, avisando que “a Constituição portuguesa não prevê uma bancarrota, daí que as medidas mais eficazes para a ultrapassar poderão não ter enquadramento constitucional". Eduardo Carvalho salientou ainda o facto de Portugal ter perdido 156 mil empresas nos últimos cinco anos o que representa em termos de impostos mais de metade da contribuição das empresas portuguesas para o fisco. Segundo o presidente da AIP “a culpa é de muito boa gente desde comentadores desabridos até políticos irresponsáveis que lançaram e vão lançando o caos numa atitude irresponsável”.Miguel Villas-Boas, professor de marketing estratégico da Haas School of Business, Universidade da Califórnia, Berkeley, nos EUA, foi o convidado da Associação Industrial Portuguesa (AIP) para participar em mais um “Encontros da Junqueira”, que se realizou no dia 5 de Julho, pela manhã, no Centro de Congressos de Lisboa.Os “Encontros da Junqueira” constituem um espaço de reflexão e debate sobre os principais temas da actualidade económica que reúne personalidades de diversas áreas de actividade.Miguel Villas-Boas explicou como “acrescentar valor de mercado à economia portuguesa” a uma plateia de empresários que no final ajudaram a fazer o diagnóstico sobre a difícil situação portuguesa.O orador reconheceu que vive há muitos anos fora do país e que é difícil falar de uma realidade que não se apalpa no dia a dia. Mesmo assim arriscou sempre falar pela positiva incentivando os seus ouvintes, a maior parte deles gestores de topo da nossa economia, a acreditarem nos seus projectos e a ajudar a dar a volta à crise.“Há dez anos que Portugal não cresce em termos económicos. E temos em cima uma carga financeira de uma dívida monumental que jamais conseguiremos pagar. E com este estado de coisas o que é que resolvemos fazer para minorar os problemas? aumentar impostos em vez de reorganizar o Estado e as suas dívidas; Bonito serviço” disse, a concluir, Costa Pinto um dos empresários participantes nos Encontros.Para Henrique Neto “o grande problema de Portugal é a falta de uma verdadeira sociedade civil. A que existe está transformada num Estado dentro do Estado. Temos uma má política de educação; o insucesso escolar é um dos grandes responsáveis pela falta de progresso em Portugal. Somos todos escravos dos fracos rendimentos das famílias”, assegurou o conhecido empresário de Leiria.José Manuel Fernandes falou da falta de ligação das Universidades às empresas e exagerou ao ponto de apontar ser necessário ensinar os nossos jovens que “o caminho mais curto é uma linha recta”. “Temos que eleger a inovação como cultura", defendeu, adiantando que “na grande maioria dos países da Europa há sempre uma mãozinha orientadora nas grandes estratégias. Em Portugal há graves problemas de corrupção que não são atacados e andamos todos a trabalhar desalmadamente para pagar impostos que depois são mal aplicados”.Veiga Simão, antigo ministro da Educação de Marcelo Caetano, afirmou que “a educação é uma capela imperfeita “ e que estranha que Portugal apareça a meio da tabela entre os países mais desenvolvidos do mundo mas que ocupe um dos últimos lugares entre esses mesmos países quando se trata de avaliar a capacidade de gestão dos seus governantes”.Jorge Armindo, o empresário que comprou a Fábrica de Cervejas Cintra, apontou baterias para a “dramática falta de dirigentes” embora defenda que é daqueles que acha que “os países não acabam”.Miguel Vilas-Boas fechou a sessão respondendo a uma série de questões que nem sempre foram elogiosas mas que vincaram a sua capacidade de comunicar. Para o Professor “em todo o mundo as boas ideias arranjam sempre bons investidores. Esta é a grande mensagem que todos temos que ajudar a passar para as empresas e essencialmente para dentro das universidades” defendeu.
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