O comentário do vereador só terá de novidade o facto de ser institucional. Há muitos anos que o açambarcamento de sardinhas, vinho e pão acontece. Muitas pessoas vêm chamando a atenção para essa triste realidade e para a necessidade de se repensar a forma como se realiza a “Festa da Amizade”. Infelizmente este comentário do vereador ficará certamente por aqui. Estou convicto de que nada irá mudar. Silvestre PedrosaÉ realmente vergonhosa tanta ganância por umas sardinhas. Este ano vi eu própria a levarem sardinhas com as mãos. Imaginem se fosse camarão...... meu Deus, o que seria...Maria JoãoO vereador Manuel dos Santos (Néu) tem razão ao usar o termo assalto. Todos os anos é assim. Além das sardinhas que levam, também estragam. Vi algumas no chão esmagadas. Para que isto não volte a acontecer, deviam ser controladas por um “sardinheiro” junto de cada fogareiro, ou por um elemento da GNR e em último recurso as sardinhas serem pagas por quem quer comer. Nas festas em Lisboa, não são de borla. Este açambarcamento poderá ser um sinal de fome ou de falta de dinheiro para comprar um alimento que até é bom para o colesterol mas também fazem o mesmo com o vinho. Se não puderem levar o barril, (como estava a acontecer, salvo erro o ano passado, ou há mais tempo) enchem garrafas, que depois passam para garrafões, para levar para casa. Vêm preparados para tudo, alguns dos nossos visitantes. E nós (alguns) da terra, deixamos de contribuir. E há cafés que também fecham (alguns mais cedo) nesse dia.José Manuel da Silva SaraivaÉ de lamentar as geleiras vazias que saem cheias de sardinhas, os sacos cheios, os garrafões de vinho. Podiam comer até se fartarem ali mesmo na festa, fazendo jus ao nome da festa “Festa da Amizade”,mas não, preferem “roubar” e, não menos grave, “estragar”, como fizeram espezinhando-as e esfregando-as em paredes. As pinturas rupestres faziam-se de terra e sangue, não de alimentos. E a pré-história é um tempo que já lá vai! Haja civismo e respeito pelo trabalho das comissões organizadoras que, em prol de uma festa que é de todos, abdicam dos seus momentos de lazer, em família, para angariar fundos para uma festa que transcende a população local. Cinco toneladas de sardinhas são mais do que suficientes. Para quê roubar?Maria JoséNão é a primeira vez que acontecem coisas destas e por vezes piores. E não é só em Portugal. Quem não se lembra de pilhagens de lojas em cidades dos Estados Unidos da América, da Grã-Bretanha ou de França, por exemplo. No Entroncamento, cidade onde resido, a sardinhada do 25 de Abril que era promovida pela câmara era um desses momentos em que vinham ao de cima os piores instintos de algumas pessoas. O espectáculo era deprimente e vergonhoso embora quem praticasse as acções não tivesse essa noção. Tudo acabou quando o município deixou de promover essa iniciativa. Pela minha parte acho que as autarquias deviam repensar estas comezainas gratuitas para o povo. Sou a favor de festas, espectáculos, promoção de iniciativas culturais e acho que muitas delas deviam ter entradas pagas. Sou totalmente contra sardinhadas, almoçaradas, jantaradas à borla...incluindo almoços de idosos...já agora. Usem melhor o nosso dinheiro se fazem favor. Armindo CastroÉ de lamentar um episódio destes. Todos nós sabemos que vivemos numa conjuntura económica difícil mas não é correcto ver as pessoas aproveitarem-se de um evento como foi o caso da Festa da Amizade/ Sardinha Assada de Benavente que é um dos cartões de visita do nosso concelho para roubarem caixas de sardinhas. Quando as noites de sardinha assada são criadas é com o intuito de poder oferecer a quem visita as festas, um momento de confraternização comendo uma sardinha e bebendo um bom copo de vinho e não um momento de se aproveitarem das caixas de sardinhas para que nos dias seguintes possam ter petisco para o almoço, lanche ou até mesmo jantar. Estive presente na festa da amizade em Benavente e confesso que foi desagradável ver as pessoas a brigarem umas com as outras por causa do pão, vinho e sardinhas. Assim como é de lamentar ter verificado que ainda não estava a sardinha a ser distribuída e já existia quem se estivesse a apoderar dos fogareiros criando barreiras para que outros nem sequer se atrevessem a chegar perto dos mesmos. Penso que cada um devia reflectir sobre aquilo que faz. Se o nome da festa é Festa da Amizade, por algum motivo é. Hélder SalemaMuito simples de resolver. Costuma-se dizer que por uns pagam os outros. Temos de ser realistas, somos um povo mesmo assim, quando é de borla é usar e abusar. Para o ano em vez de darem a sardinha, vendam-na mas a um preço mais baixo. Assim acabam os abusos e todos podem usufruir da sardinhada.Luís AmorimAs pessoas não têm um pingo de vergonha na cara. Eu mesma presenciei o roubo de sardinhas e fiquei indignada, porque vi que não eram pessoas com fome ou com sinais de pobreza, mas com o vício de encher a arca à conta do trabalho destes jovens para oferecerem uma festa digna de ser vista! Rosália Martins(Coruche)Entre outras coisas que necessitam de ajustes, também a fórmula usada nesta e noutras festas, deveria ser sujeita a uma análise profunda, criteriosa, quanto à melhor forma de perpetuar o espírito da amizade e partilha, mas considerando as contingências deste séc. XXI, pois todo o tecido populacional há muito tempo que sofreu alterações significativas e é obrigação dos organizadores e apoiantes destas iniciativas encontrarem formas de proteger os indivíduos mais frágeis, da iniciativa extemporânea daqueles que não se regulam pelos limites sociais que todos devem primar por garantir. Este acontecimento constitui uma excelente e preciosa oportunidade de trabalho para que, no futuro, se possa garantir realmente uma festa de amizade, partilha e desprovida de agressões de diversa ordem.Tiago Moisés