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Igualitário Serafim das Neves

Em Vila Franca de Xira, durante a festa do Colete Encarnado, não são só os touros que dão porrada nos mais atrevidos. Li esta semana que na tertúlia “Bica Taurina” houve distribuição de pão e pêras com tal abundância que, pelo menos, cinco tertulianos tiveram que receber tratamento no hospital, provavelmente por indigestão. Uma tertúlia é, por definição, uma reunião familiar ou uma reunião de amigos mas o dicionário que consultei também diz que o termo pode ser utilizado para designar uma assembleia literária ou o estado de embriaguez. Como não acredito que alguém estivesse embriagado estou tentado a relacionar o que se passou com alguma questão literária mal resolvida. E se, como dizem, tudo começou com a presença de uma Lolita de quinze aninhos na barraca da tertúlia, presumo que a refrega terá sido entre leitores de Nabokov e de Henry Miller, ou coisa que o valha.Nos arredores de Santarém, num lugar com um nome dos diabos, Casal de Mata-o-Demo, uma senhora foi queixar-se à polícia que um seu vizinho lhe rega a casa por fora, todos os dias, com o sistema de rega que tem para regar o milho. Quanto a mim a queixosa está a cometer uma grande injustiça. Com este calor que se tem feito sentir, ela devia agradecer o altruísmo de tal vizinho que, sem aspirar a qualquer recompensa, lhe refresca as paredes e telhado da vivenda, evitando que ela tenha gastos com ar condicionado ou com ventoinhas. Eu um dia fui a uma festa de Verão em que havia umas meninas em biquíni e outras com meio biquíni a lavar um carro e não me queixei à polícia quando elas me regaram dos pés à cabeça e me esfregaram com esponjas a espumar de gel de banho. Infelizmente há pessoas pobres e mal agradecidas, é o que é. Mas por outro lado também há justiça divina. Pelo que li, os polícias, depois de avaliarem a situação, foram-se embora sem desligar a água.Em época de pré-campanha eleitoral para as eleições autárquicas de 29 de Setembro, começam a surgir algumas notícias que ajudam a avaliar o andamento político fora de Lisboa. Na Golegã, os membros da assembleia municipal decidiram dedicar-se à pesca. A febre daquela movimentada actividade atingiu todos em simultâneo e o local escolhido para pescar também foi o mesmo. Por causa disso choveu de tudo na reunião daquele órgão autárquico, quando se soube que na estrada campestre da Quinta da Labruja que vai dar à casa dos proprietários, estes tinham colocado um portão. Como sabes, caçadores, pescadores e políticos locais em pré-campanha, detestam portões. Trata-se de homens livres que querem viver sem peias nem amarras nem muros nem portões. São os Johns Lennons do “Imagine”, aquele que imaginava um mundo sem fronteiras nem religiões...Provavelmente estarás a pensar que nem quando o presidente Maltez decidiu fechar as estradas de campo a partir das sete da tarde, com o argumento dos ladrões de equipamentos agrícolas, houve tantos protestos como neste da estrada da Quinta. És capaz de ter razão mas lembra-te de uma coisa, nessa altura não estávamos em período pré-eleitoral e o senhor Veiga Maltez e alguns dos seus vereadores ainda não tinham deixado o PS para formarem um movimento político independente com marca de roupa cara, o GAP. Eu cá por mim, se vivesse no concelho da Golegã e fosse político ia mais longe. Obrigava os donos da tal quinta a ter o portão aberto de dia e de noite, mesmo na hora em que as estradas rurais estão interditas, como a escancararem de par em par as portas da cozinha, dos frigoríficos e da adega. É que esta coisa de ir à pesca, dá cá uma foméca!!!Saudações libertinasManuel Serra d’Aire

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