Quercus contesta fábrica de cal em Reserva Ecológica Nacional de Fátima
Município de Ourém alega que o novo espaço “é uma saída diplomática, mas também com coerência técnica, uma vez que os terrenos estão integrados numa zona de exploração de pedreiras já existentes”.
A Quercus contesta a construção de uma fábrica de cal em Maxieira, Fátima, em terrenos da Reserva Ecológica Nacional, junto ao Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC), disse à Lusa fonte da associação ambientalista.“Foi realizada uma desmatação ilegal sem que tenha sido feito qualquer estudo de impacte ambiental. Estamos contra este tipo de procedimento e ao lado da população que está preocupada com a instalação deste projecto”, explicou Domingos Patacho, presidente do Núcleo Regional do Ribatejo e Estremadura da Quercus.A Quercus já se tinha manifestado contra a instalação da fábrica a 1.600 metros do Santuário da Fátima, uma proposta inicial e à qual a Câmara de Ourém procurou encontrar uma localização alternativa.O vice-presidente da autarquia afirmou à Lusa que o novo espaço “é uma saída diplomática, mas também com coerência técnica, uma vez que os terrenos estão integrados numa zona de exploração de pedreiras já existentes em Fátima e existe um histórico de empresas de tratamento de cal”.José Alho salientou que “esta alternativa, que fica fora do PNSAC e da Rede Natura 2000, teve em conta que a localização inicial [Cova da Feitosa] tinha impacto turístico e nas populações”.O autarca informou ainda que “o corte de árvores obrigou à abertura de um processo de contra-ordenação que corre pelo município”, tendo sido “informadas entidades como a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas”.Segundo a Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza, “desde o início do ano que a empresa Microlime - Produtos de Cal e Derivados, Lda, tem adquirido terrenos numa área florestal dominada por pinhal com eucaliptos e azinheiras, ao lado da Estrada dos Fornos, no limite do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros, tendo promovido o corte e arranque integral das árvores existentes, incluindo azinheiras protegidas, sem que exista autorização administrativa” para a instalação desta nova fábrica.“Para além da destruição da floresta, o local em causa encontra-se sobre o aquífero do Maciço Calcário Estremenho, onde existe uma dolina (covão) importante para a recarga do aquífero que foi afectada pelas obras já efetuadas”, acrescentou a associação.A Fábrica de Cal da MicroLime - Produtos de Cal e Derivados, SA, representa um investimento de 25 milhões de euros, prevendo a criação directa de 14 novos empregos e entre 56 a 60 postos de trabalho indirectos, associados ao transporte de produtos, manutenção, limpeza e contabilidade.A 19 de Outubro, a Quercus contestou o projecto e apelou às autoridades para que não licenciassem a fábrica, propondo o estudo comparativo de localizações alternativas, sendo que no início de Novembro a autarquia sublinhou que, do ponto de vista do ordenamento do território, nada impedia a construção da fábrica em Cova da Feitosa.
Mais Notícias
A carregar...