O menino que vendia ferro velho transformou-se num empresário de sucesso
Manuel Santos trabalha no ramo automóvel há mais de três décadas
Aos oito anos já andava na estrada a apanhar parafusos para vender no ferro-velho durante as férias de Verão. Manuel Santos trabalhou toda a vida no desmantelamento e venda de carros usados. Proveniente de uma família humilde, orgulha-se de tudo o que conseguiu alcançar com 52 anos. Em 2005, a crise no sector automóvel levou-o a criar soluções para fugir à crise. Em 2011 surgiu a Ambiponto, centro de abate automóvel, situada na freguesia de Almoster. As novas instalações são a menina dos seus olhos e foram construídas a pensar no futuro da empresa. Se tudo correr como previsto, o filho ficará encarregue de seguir as pisadas do pai.
O primeiro emprego de Manuel Santos foi aos oito anos, durante as férias de Verão, quando ia para a berma da estrada apanhar parafusos e outra sucata para vender no ferro velho. Apesar da tenra idade já mostrava dotes de bom vendedor ao chamar os clientes para vender o que apanhava na rua. Natural de Fornos de Algodres (distrito da Guarda), Manuel Santos foi viver para São João da Talha, arredores de Lisboa, depois de completar a quarta classe. Ainda tentou prosseguir os estudos mas preferia trabalhar.Trabalha por conta própria desde 1992 no ramo automóvel e no início deste ano inaugurou novas instalações, um centro de abate de automóveis, em Vale de Moinhos, Almoster, concelho de Santarém. Além de ser perfeccionista sempre foi também muito irreverente. Trabalhou para o mesmo patrão [Raul Bernardo] desde o início até à sua morte, em 1975. “Sempre que me chateava despedia-me e ia trabalhar para restaurantes. Passado um mês o meu patrão ia lá buscar-me e eu voltava. Ia saltitando. Era um miúdo muito irreverente”, recorda a O MIRANTE no amplo gabinete do seu escritório com vista para o campo.Trabalhou sempre no mesmo ramo por conta de outrem até 1992, altura em que decidiu arriscar num negócio por conta própria. Trabalhou sempre na zona de Sacavém e confessa que naquela altura ganhava-se muito dinheiro com a venda de ferro-velho. Manuel Santos dedicava-se sobretudo à venda de carros semi-novos, usados e sinistrados. O negócio foi prosperando até que surge a oportunidade de construir novas instalações em Almoster, de onde o seu sogro era natural. A ideia inicial era construírem apenas uma casa para passar o fim-de-semana, mas optaram por viver ali a tempo inteiro, desde 2004. No terreno contiguo à moradia construíram as instalações da empresa, que tinha em nome individual. Em 2005, o negócio caiu a pique e o empresário percebeu que tinha que mudar o rumo rapidamente. Foi aí que surgiu a ideia de apostar num centro de abate automóvel, tendo surgido, em 2011, a Ambiponto. “Habitualmente vendia uma média de 15 carros por mês e passei a vender menos de cinco viaturas por mês. Era impossível continuar com o negócio desta forma. Tive que inventar soluções”, explica.As novas instalações, inauguradas em Janeiro deste ano, têm cerca de 17 mil metros quadrados. Um edifício moderno onde os veículos sinistrados ou em fim de vida dão entrada ficando no parque automóvel, onde são totalmente desmontados. Além de ser um centro de abate automóvel, as novas instalações estão licenciadas e preparadas para o desmantelamento e recepção de equipamentos eléctricos e electrónicos em fim de vida nomeadamente pneus, baterias velhas, peças e acessórios de automóveis e valorização de resíduos metálicos e não metálicos.Proveniente de uma família humilde Manuel Santos orgulha-se do que conquistou ao longo dos 52 anos de vida. Os seus dias são tudo menos monótonos. Durante a entrevista o telefone não pára de tocar. Ou são clientes que precisam de ajuda ou alguns colaboradores que querem esclarecer algo para o negócio correr na perfeição. Com Manuel Santos trabalham a mulher e o filho. Tudo está a ser preparado para Sandro Correia, 29 anos, dar continuidade ao negócio que o pai criou.
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