Ainda sem horário definido, apesar da cerimónia solene de inauguração ter sido oficializada na quarta-feira, 31 de Julho, e dos cerca de cinco mil livros perfilados nas prateleiras da Biblioteca Fernando Salgueiro Maia, o novo equipamento cultural da freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém continua com data de abertura ao público por definir.O verdadeiro destino deste espaço, sediado no primeiro andar da junta de freguesia, só será verdadeiramente conhecido depois das eleições autárquicas, uma vez que passará a existir uma fusão das freguesias urbanas de Santarém.Duas horas antes da cerimónia já a sala nobre da Junta de Freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém estava preparada para receber os convidados. Na rua, a mesa devidamente apetrechada de doces regionais aguardava pelo fim da cerimónia formal, enquanto no interior da sala, a partir das 18h00, foram evocados os protocolares discursos oficiais.Entre as entidades presentes encontravam-se Fernando Mendonça Rodrigues, presidente da Junta de Freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém, Ricardo Gonçalves, presidente da Câmara Municipal de Santarém, o coronel Vasco Lourenço, presidente da direcção da Associação 25 de Abril e Martinho Vicente Rodrigues, director do Centro de Investigação Joaquim Veríssimo Serrão (CIJVS).“Como vamos ter um período eleitoral, só após as eleições se saberá que tipo de actividades podem ser desenvolvidas no espaço”, afirmou a O MIRANTE o presidente da junta deixando no ar alguma indefinição acerca da forma como poderá ser utilizada a nova biblioteca da freguesia.“Sou o último presidente desta freguesia, mas deixo obra, uma obra de cultura”, completou o presidente da junta, que acredita que a biblioteca será “uma mais-valia para o futuro e uma mais valia para a democracia, porque reviver Salgueiro Maia é reviver a história e o 25 de Abril”.A população ajudou na limpeza, a caiar, fazer bolos e na preparação do espaço que demorou cerca de seis meses a ficar devidamente apto a receber a cerimónia de abertura. Os livros e três das estantes da biblioteca foram conseguidos através de doações de pessoas da freguesia, mas também de outros, que mesmo não vivendo na freguesia se uniram à causa.“Muito há a fazer nesta biblioteca, este é só o pontapé de saída”, reconheceu Ofélia Maia, secretária da junta de freguesia e força motriz para a conclusão deste projecto, que desde de 2011 era objectivo do executivo.“A degradação atrai degradação e os livros são agregadores das pessoas. Num meio tão degradado como é a Ribeira, haver lugares acolhedores, simpáticos, com bom aspecto é fundamental”, referiu Maria Emília, moradora da freguesia. “Água mole em pedra dura tanto bate até que fura”, foi este o ditado utilizado pela antiga professora do 1º ciclo, que acredita que o sucesso da biblioteca também terá que passar pela articulação entre a escola e a autarquia.Por agora mantém-se a indefinição em relação à abertura definitiva do espaço, mas Fernando Rodrigues garantiu que na biblioteca vai ainda existir um espaço com ligação à Internet que será mais um pólo de interesse para a população jovem.De relevar que no dia 2 de Abril deste ano o CIVJS e a Junta de Freguesia de Santa Iria da Ribeira de Santarém celebraram um acordo de cooperação cultural com vista à promoção de projectos que visem a investigação sobre temáticas comuns a ambas as entidades.