Natação sincronizada em Almeirim sobrevive graças ao apoio dos educadores
Três jovens da Associação 20 Kms de Almeirim participaram no campeonato nacional
A natação sincronizada é a parente pobre da modalidade no distrito de Santarém. Mas em Almeirim trinta jovens trabalham sob as ordens da professora Marta Vilela para virem a fazer parte da elite nacional.
Daniela Teodósio, Maria Filipe Cruz e Maria Francisco Nascimento foram as três jovens nadadoras da Associação 20 kms de Almeirim que estiveram presentes no Campeonato Nacional de Natação Sincronizada e não fizeram feio, colocaram a equipa almeirinense no nono lugar do nacional.O caminho da natação sincronizada em Almeirim tem sido algo sinuoso. Começou em 1989, na Escola Municipal de Natação, onde foi criada uma classe de introdução. Daí para cá sempre houve pelo menos uma classe em preparação. A partir de 1998 começou a entrar em festivais e espectáculos e a modalidade evoluíu bastante. Mas o desenvolvimento só começou em força com a criação da secção de natação dos 20 Kms de Almeirim e a modalidade passou para o seu seio. “Hoje já temos mais de três dezenas de jovens a praticar a modalidade e algumas delas já conseguiram chegar aos campeonatos nacionais”, revelou o seccionista Sérgio Teodósio.Tem sido uma caminhada difícil. “Só conseguimos andar com a modalidade para a frente, pelo entusiasmo das jovens nadadoras e da professora Marta Vilela, e o apoio dos pais”, garantiu Teresa Filipe.Por outro lado o conhecimento que as pessoas têm da modalidade, que é na verde verdadeiramente espectacular, é muito reduzido. A divulgação é muito pouca. “No distrito de Santarém há quatro ou cinco clubes a praticar a modalidade, mas a Associação de Natação de Santarém não organiza qualquer prova no distrito. Temos que sair do distrito para entrar em competição, por isso neste momento só os 20 kms de Almeirim e os Búzios de Coruche têm jovens a competir nos nacionais, os outros clubes vão participando em alguns festivais organizados pelos clubes”, referiu Sérgio Teodósio.Para uma atleta chegar aos nacionais é preciso treinar muito e ter muita persistência. As atletas têm que passar por vários exames muito exigentes. “É preciso gostar muito da modalidade para conseguir os níveis exigidos, e aqui em Almeirim as condições de treino são as possíveis, mas estão muito longe do ideal. Mas vimos com agrado que as nossas nadadoras estão a conseguir ultrapassar todos os escolhos”, garantiu Teresa Filipe.A natação sincronizada é como que uma dança na água, onde as nadadoras têm esquemas próprios que têm que corresponder à música escolhida. “No final são avaliadas por júris exigentes, por isso a beleza do espectáculo está sempre presente e normalmente o público aplaude de pé. É pena que no distrito de Santarém a divulgação da modalidade seja quase nula”, disse a seccionista.O apoio dos pais é determinanteA união é determinante para o desenvolvimento da modalidade. “Nos 20 Kms de Almeirim todos puxam para o mesmo lado, a professora é excepcional e o apoio dos pais é determinante. O companheirismo e entre ajuda é muito forte e isso reflecte-se no desenvolvimento da modalidade”.O apoio da autarquia é o possível. “Penso que merecíamos mais, mas não nos queixamos nem paramos por isso, durante o ano os pais mobilizam-se, fazem bolos, compram sumos, fazem pequenas festas para vender esses artigos e ainda mais são eles que fazem o transporte para as provas ou para os festivais”, disse Sérgio Teodósio.“Aqui no distrito a modalidade está a crescer. No país estão a aparecer novos clubes. Certo que é uma modalidade que exige muito esforço e muito treino, os espaços não são muitos e essa falta de condições retrai um pouco o crescimento”, acrescentou Teresa Filipe.A boa prestação das três jovens almeirinenses no campeonato nacional e a sua divulgação está a criar uma onda maior de entusiasmo. “Já temos alguns pedidos de nadadoras para virem para a natação sincronizada. Só precisamos que as pessoas de Almeirim venham assistir ao nosso festival anual, porque a partir daí não temos dúvida de que o apoio vai aumentar”.
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