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Uma festa onde haver feridos nas largadas de toiros já faz parte da tradição

Na generalidade consideram que o programa das festas de Samora Correia está bom mas há quem defenda que deve haver mais actividades tauromáquicas ou mais espectáculos de fado. A procissão é um momento importante. O que os participantes neste inquérito sobre os festejos da sua terra não toleram é que na noite da distribuição da sardinha assada haja pessoas a levarem sacos de peixe para casa. Quanto aos feridos nas largadas de toiros é uma questão que já faz parte da tradição e por isso aconselha-se a que não entrem para o recinto onde está o toiro se não querem ter problemas.

É mau roubarem sardinhasVítor Oliveira, 42 anos, Sapateiro “Criam-se muitos laços de amizade e é uma coisa boa para a nossa terra”, diz Vítor Oliveira sobre as festas de Samora Correia. Na noite da distribuição de sardinhas assadas se o sapateiro vir pessoas a açambarcarem peixe garante que vai denunciar as situações à comissão de festas. “É mau roubarem sardinhas mas com a quantidade que deve haver parece-me que não vão existir problemas”, sublinha. Vítor Oliveira como aficionado da festa brava gostava que se fizessem mais largadas de toiros. Os acidentes que ocorrem durante as largadas são, no entender do sapateiro, difíceis de evitar. “É impossível não haver feridos, faz parte da festa”. Gosta também das cerimónias religiosas e costuma acompanhar a procissão de domingo. “É um momento solene e bonito da festa”.Desorganização com vendedores ambulantes António César, 48 anos, talhanteA desorganização com a colocação no recinto das festas de vendedores ambulantes prejudica os festejos no entender de António César, que considera o evento o principal acontecimento do ano na cidade. “Deviam ser colocados num único lugar, não deviam ficar de qualquer maneira espalhados pelas ruas. Vamos às festas de outros sítios e não vemos esse disparate. Também deviam cortar o trânsito na zona circundante à festa”, defende. Para António César as atitudes de quem rouba sardinhas na festa devem ser ignoradas. Todos os anos vai à festa e gosta de tudo o que esta tem para oferecer. Diz que o programa está bom e exalta o esforço da comissão de festas em oferecer um cartaz digno numa época de crise. “Haver feridos nas largadas é inevitável. Se for ao futebol pode cair de uma bancada e morrer, se andar na rua pode morrer atropelado”, refere. Durante a festa diz que prefere o vinho à cerveja mas bebe com moderação. Mais espectáculos de fadoGil Santos, 65 anos, magarefeGil Santos vai à festa sempre que tem disponibilidade e confessa que gostava de ver mais espectáculos de fado incluídos no programa. “O fado é samorense, há muita tradição de fadistas na terra e era bom para atrair público”, justifica. Se este ano encontrar alguém a roubar sardinha diz que é capaz de confrontar a pessoa. “Infelizmente a maioria das pessoas que rouba as sardinhas não é de cá”, salienta. Gil Santos diz que se tivesse de cortar no programa iria reduzir algumas celebrações religiosas. “Devia ter mais festa, é isso que dá dinheiro à cidade. Veja-se o que aqui acontece no Carnaval, é uma loucura e para o comércio isso é muito bom”, refere. Sublinha que o melhor das festas da cidade é o convívio e que este ano vai ser ainda melhor porque terá a companhia de uns familiares emigrados no Luxemburgo.Mais largadas de toirosVítor Paço, 50 anos, cortador de carnePara Vítor Paço as festas de Samora Correia fariam mais sentido se tivessem mais largadas de touros. Se vir alguém a roubar sardinhas assadas este ano diz que irá alertar os responsáveis mas admite que isso é algo “difícil de controlar”. Na opinião de Vítor Paço “não é aceitável” que se continue a deixar as pessoas roubarem o peixe. Confessa ter dado “uma vista de olhos” ao programa e garante que irá visitar a festa nos primeiros dias. “Depois tenho de trabalhar”. Diz que não tiraria nada do cartaz. “Haver feridos é algo que faz parte das largadas. Só vai lá para dentro quem quer. Sem gente a levar porrada não tinha graça. Feridos graves não é bom, mas umas “massagens” do toiro fazem parte da festa”, confessa. Diz que a quantidade de cerveja que bebe depende dos dias e da disposição. Para Vítor Paço o principal da festa é o convívio e é disso que pretende desfrutar.Procissão é um momento bonitoLeonor Bica, 71 anos, comercianteLeonor Bica aprecia ver as pessoas a dançar e os grupos musicais a actuar nas festas. Já não vai tantas vezes à festa como antigamente mas sempre que pode vai ver a procissão ou o baile. “É uma oportunidade de encontrar pessoas amigas e conhecidas”, refere. Diz que já foi em alguns anos à noite da sardinha assada mas que depois deixou de aparecer. “É feio roubarem as sardinhas. Não roubam pela fome, é para congelar e comerem durante o ano”, lamenta. Na opinião de Leonor Bica o programa está bom e concorda com a existência de largadas de toiros. Diz que quem se mete com os toiros arrisca-se a ficar ferido e por isso aconselha quem não quer ter problemas a escolher um sítio protegido para ver as largadas. Sempre que pode vê a procissão passar, porque entende que é dos momentos mais bonitos da festa.É inevitável haver feridos nas largadasAntónio Domingos, 65 anos, empregado de balcãoDurante as festas de Samora Correia haver feridos durante as largadas de touros é inevitável, na opinião de António Domingos. “Já faz parte da tradição, as pessoas arriscam o mais possível. Eu não arrisco”, conta. O empregado de balcão diz que não é um assíduo participante na festa mas que sempre que pode aproveita para conviver e desanuviar do dia-a-dia reencontrando amigos. Não vai às actividades tauromáquicas porque não aprecia. Se vir gente a roubar sardinha este ano não vai dizer nada. “É assim todos os anos, uma falta de civismo, pegam em sacos que depois acabam por estragar. Não é por terem fome, é por terem mais olhos que barriga”, critica. Diz que o programa é diversificado mas confessa que dispensaria o fogo-de-artifício. “É deitar dinheiro ao ar”, lamenta. Quando vai à festa é raro beber e como católico diz que acompanha a procissão de domingo.

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