Ultrapassou o medo das agulhas para se dedicar à acupunctura
Célia Pereira tornou-se terapeuta e abriu consultório no Entroncamento
Em criança estava longe de imaginar que a sua vida iria dar à acupunctura, embora na família a temática das medicinas naturais e alternativas estivesse sempre presente.
Sempre que tinha que ir fazer análises ou levar vacinas, Célia Pereira, 50 anos, enfrentava uma situação desconfortável porque detestava agulhas. Curiosamente, ultrapassou esse receio quando se tornou paciente das clínicas Dr. Pedro Choy e recorreu à acupunctura para tratar um problema de varizes que tinha desde muito nova. Fascinada pelo Oriente entusiasmou-se com a eficácia dos resultados e, perto dos quarenta anos, decidiu frequentar o curso de Acupunctura na Associação Portuguesa de Acupunctura e Disciplinas Associadas, actual Universidade de Medicina Chinesa.“É uma terapia equilibradora do organismo que trata todas as patologias de uma forma geral”, refere, acrescentando que numa acupunctura bem feita as agulhas são distribuídas por todo o corpo. Era paciente há dois anos quando, numa acção de marketing para desenvolver a acupunctura em Portugal, recebeu informação em casa sobre os cursos da Associação Portuguesa de Acupunctura e Disciplinas Associadas. “Partilhei com o meu marido que era uma coisa engraçada de fazer e, em 2000, começámos os dois a frequentar o curso”, recorda a terapeuta que tem um gabinete de acupunctura em nome próprio na Rua D. João de Castro n.º 5, perto da esquadra da PSP no Entroncamento. Célia Pereira explica que na acupunctura “a colocação da agulha não é dolorosa devido à técnica utilizada e porque é muito fininha”. Exerce há oito anos na casa que era dos seus avós e na qual fez obras, tornando o ambiente acolhedor e muito relaxante.Em criança Célia Pereira estava longe de imaginar que a sua vida iria dar à acupunctura embora na família a temática das medicinas naturais e alternativas estivesse sempre presente. Sempre gostou de Saúde mas a Matemática e a Física levou-a até a área de Humanísticas. Fez um curso superior de turismo e trabalhou dois anos nessa área mas o nascimento da primeira filha levou-a a optar por ficar em casa aos 28 anos. Acompanhou o marido, que era militar, nas suas comissões. Regressada ao Entroncamento, as filhas tornaram-se mais independentes e os dias em casa tornaram-se pesarosos. Como via muitos programas de televisão, dava especial atenção sempre que ouvia falar um terapeuta das medicinas complementares. “Um dia o Dr. Pedro Choy estava a falar desta terapia para varizes e como era um problema que tinha desde muito nova decidi experimentar”, recorda.Não teve problemas em entrar no Curso de Acupunctura na Associação Portuguesa de Acupunctura e Disciplinas Associadas, que frequentou aos fins-de-semana durante cinco anos. Refere que estes ensinamentos são mais fáceis de apreender para quem ainda não está “formatado” pela medicina convencional. O objectivo era apenas enriquecer conhecimentos mas uma viagem à China, no segundo ano de formação, levou-a a pensar que gostaria de colocar os ensinamentos adquiridos ao dispor dos outros. A oferta ao nível de Acupunctura que existia no Entroncamento era em Dietéticas e Ervanárias, tendo Célia Pereira optado por fazer obras nas instalações que possuía e transformá-las numa Clínica de Medicina Chinesa.Na primeira consulta, o paciente diz o que o preocupa, sendo facultativo trazer os exames médicos ou análises que documentem a sua situação. Faz-se a avaliação ao nível de medicina chinesa, a apreciação ao nível de pulso e língua, e depois o diagnóstico, aconselhando-se o paciente em relação ao número de sessões ou à prescrição de produtos fitoterápicos. Até ao momento, nenhum dos pacientes de Célia Pereira saiu do gabinete a fugir com medo das agulhas mas já teve que socorrer um desmaio porque a pessoa não se tinha alimentado devidamente antes do tratamento. Para quem tiver mesmo pavor de agulhas (ou no caso das crianças) pode ser utilizado um aparelho de laser, que não induz qualquer sensação e que proporciona um efeito similar às agulhas.Célia Pereira lamenta o facto desta terapia, de carácter preventivo, não ser comparticipada pelo Sistema Nacional de Saúde originando a que seja a última alternativa a ser procurada pelo paciente. Espera que a aprovação muito recente da regulamentação da lei venha trazer benefícios para os utentes. Estudar medicina chinesa ajudou-a a encarar o dia a dia de forma diferente. “Teve muito impacto na maneira como estou na vida. Penso que dentro da área da saúde, qualquer que seja a formação, devemos primeiro começar por nós. Temos que acreditar no que fazemos. Só assim é que resulta”, atesta.
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