
Câmara não permite acampamentos de ciganos em Almeirim
Vice-presidente Pedro Ribeiro mandou demolir barracas perto da zona industrial e comunidade diz-se vítima de racismo
O vice-presidente da Câmara de Almeirim, Pedro Ribeiro, deu 30 dias aos donos das barracas do acampamento junto à zona industrial da cidade, onde vivem pessoas de etnia cigana, para demolirem todas as construções e abandonarem o terreno ocupado ilegalmente há anos. A decisão surge depois de o presidente da câmara, Sousa Gomes, o ter incumbido de resolver o problema perante o avolumar de queixas de moradores. Pedro Ribeiro garante que no que dele depender não vai permitir a instalação de qualquer outro acampamento no concelho e na sexta-feira foram desmantelados dois pela GNR.A comunidade que vive no local queixa-se que está a ser vítima de racismo. António Seabra, um dos mais antigos do acampamento, que está instalado no terreno há mais de oito anos, diz que as pessoas não têm outro sítio para ir, que vivem em más condições e que não têm dinheiro para arrendar casas. Chama a atenção para o facto de as crianças andarem na escola em Almeirim e de haver no acampamento crianças deficientes e doentes. Há cerca de dois meses houve uma reunião entre o presidente da câmara, o comandante do posto da GNR e moradores da zona do Marquês, que dizem ser vítimas de roubos. Alguns agricultores disseram que iam trabalhar para o campo armados. Na edição de 13 Junho de O MIRANTE, o até então comandante do destacamento de Santarém da GNR, Rui Póvoa, revelava que no acampamento em causa havia várias pessoas identificadas por suspeitas de crimes e que este era um dos pontos que merecia maior atenção da Guarda.O vice-presidente mandou os fiscais da câmara ao local e notificou os habitantes para tratarem da legalização das barracas. Nenhum processo deu entrada na câmara e mesmo que desse não seria possível licenciar as construções porque estas se situam em zona de Reserva Agrícola Nacional e Reserva Ecológica Nacional, que não permite qualquer construção ou alteração do uso do solo. Findo o prazo para pedirem o licenciamento, foram notificados na semana passada para limparem o espaço. Não está prevista a atribuição de habitações sociais para estas pessoas.Na sexta-feira, 2 de Agosto, um acampamento que estava a começar a ser montado perto do supermercado foi desmantelado durante a manhã por militares do posto da GNR. A meio da tarde a Guarda mandou também desocupar um terreno junto à ponte da vala. Ambos estavam a ser instalados por pessoas que saíram do acampamento junto à zona industrial.Pedro Ribeiro, em declarações a O MIRANTE, garante que agiu no cumprimento das leis em vigor. O autarca diz que se as pessoas de etnia cigana não removerem as barracas será a câmara a fazê-lo. Ribeiro garante que se houver pedidos de licenciamento de acampamento não os vai aceitar e que todas as queixas e informações que cheguem à autarquia serão encaminhadas para a GNR “para serem tratadas nos termos da lei como acampamentos ocasionais ilegais”.Comentários no Facebook à notícia publicada online no dia 02 de AgostoSão seres humanosSempre existiu etnia cigana em Portugal e as pessoas desta etnia devem ser tratadas com respeito. São seres humanos como os de outras raças. Não é culpa deles se são obrigados a viver mal e com fome. Têm má reputação mas quem é culpado se ninguém faz nada por eles. António PintorNão se adaptam às regrasA câmara tudo faz para preservar a dignidade desta minoria e mais uma vez fica provado que estes cidadãos é que não se adaptam às regras de educação e do civismo para viverem em sociedade. São exigentes em tudo, querem tudo de mão beijada e ainda querem ser atendidos logo que chegam a qualquer instituição pública, como o centro de saúde ou Correios. Eles querem ser tratados como cidadãos de primeira mas somos todos iguais perante a Constituição da República. Ressalvo, não são todos, só os que não contribuem para a sociedade.Maria José RosárioNão podem infringir a leiÉ verdade que sempre me lembro de ciganos em Almeirim, e de alguns já cá nascidos, que têm a sua casa arrendada, ou não, trabalham e são pessoas de bem. Mas acho que não podemos deixar que outros andem continuamente a infringir a lei. Todos já devemos ter assistido a “acampamentos” no Hospital de Santarém quando algum está internado, os problemas que os seguranças têm para lidar com eles e o reboliço que é causado.Maria Da Piedade GonçalvesDestruição diáriaPassem os vossos dias no parque industrial de Almeirim, como eu faço há mais de 15 anos, e digam-me como é possível ter compreensão quando vemos a destruição diária que fazem tanto de carros, motos, pavilhões particulares, etc. Venham ver os milhares de litros de água que são desperdiçados diariamente na zona industrial depois de rebentarem com as bocas-de-incêndio.Tiago Zola Actos de vandalismoTenho um familiar que tem terras perto do acampamento e acreditem que nada restou, foi tudo furtado. Até as pobres abelhas ficaram sem “casa”. Agora digam-me como é que se pode ficar indiferente aos actos de vandalismo e ao rasto de destruição que fazem. Chamem lá racista a quem depois de uma vida a trabalhar no campo começa a ficar sem nada.Filipa CardosoOrdem é necessáriaExigir que se cumpram as leis é racismo? Já vi uma cigana receber nos Correios 1200 euros de rendimento mínimo. Têm negócios e não pagam contribuições. Depois querem que a sociedade lhes dê direitos, então e os deveres como cidadãos? Ordem é necessária.José SilvérioMais comentários em www.omirante.pt ou na página do Facebook

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