Restauro da capela é o orgulho das gentes de Tagarro
Isilda dos Santos e Maria Lutise Santos posam para a fotografia na capela de São Pedro em Tagarro, concelho de Azambuja, orgulhosas do trabalho de restauro dos altares que foi inaugurado no domingo. Fazem parte da comissão de melhoramentos. Isilda, 81 anos, é a tesoureira e a zeladora da capela. Maria, 76 anos, faz um pouco de tudo para ajudar, desde as limpezas na capela, aos arranjos de jarras. Foram ambas, tal como outras pessoas da terra, incansáveis a recolherem donativos para as obras de restauro. Em tempos Isilda dos Santos era quem tocava os sinos em missas, casamentos, funerais e baptizado. Desde há algum tempo que é um casal da terra a puxar o sino porque já não tem forças. De resto, até para promessas alheias Isilda dos Santos já serviu. “Uma vez uma senhora que queria pagar promessa por um familiar, que era colocar todos os dias uma vela na capela e rezar o terço, pediu-me para ser eu a fazê-lo. Não sabia rezar o terço, e lá paguei eu a promessa dela”, conta com um sorriso Isilda que também orienta a procissão que sai com as imagens nos andores ao longo de duas horas em redor da aldeia. “Isto cansa!”, desabafa.Há mais de dez anos foram angariados 25 mil euros para colocação de nova cobertura na capela que acabou com as infiltrações. As paredes interiores foram forradas com azulejos e o chão recebeu novo mosaico. Desde há um par de anos que a atenção se centrou no restauro dos três altares: o altar-mor com o padroeiro São Pedro, os altares laterais com as imagens das senhoras de Fátima, do Rosário e da Ascensão, além do Cristo Cruxificado. Foram pintadas paredes, restaurado o púlpito e as teias e o pequeno murete que separa os altares da restante capela. Tudo ficou por 7.500 euros a cargo de um técnico de restauro da vizinha localidade de Manique do Intendente.A capela de São Pedro data do século XIII (1252) mas terá começado por ser uma ermida entre 1100 e 1200. Tem inscrita na fachada a data de 1560, quando foi reconstruída pela segunda vez, altura em que se acrescentou a nave maior aos altares. Em boa parte do chão foram encontrados restos do antigo cemitério, enquanto numa fenda da parede do altar-mor foi retirado um pedaço de jornal de finais de 1800 e inícios de 1900. “Os jornais serviam para calafetar entre as juntas de madeira. Por essa razão não será de estranhar encontrá-los nestes locais”, conta António Libânio, o técnico de restauro que fez as intervenções na capela.
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