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José António Magalhães

José António Magalhães

Economista, 56 anos, Torres Novas

“Não tenho espírito de emigrante. Se não o fiz até hoje acho que já não o farei. Mas tenho um filho com 20 anos a iniciar a faculdade e apesar de não o influenciar nas escolhas que fez, tentei orientá-lo. Tentei que pensasse num curso superior que se não tiver saída profissional em Portugal o tenha no estrangeiro”* * *“Oiço falar de geminações com cidades que trouxeram mais-valia mas não sei até que ponto, para Torres Novas, é que estas foram uma mais-valia além de alimentarem o ego dos políticos da nossa câmara”

O sobre-endividamento continua a ser um problema grave das famílias portuguesas?É tão grave que, neste momento, já não têm condições para resolver o problema. Estão a chegar a um nível que não têm condições para contratar serviços especializados de consultoria. É certo também que, actualmente, existe uma maior sensibilidade por parte da banca para se tentar resolver o assunto. A banca transformou-se na maior imobiliária do país. Considera que o grafite nas paredes é uma forma de arte?A minha opinião é “nim” porque, efectivamente, se alguma dessa arte valoriza o espaço onde foi feita, há outra que estraga. Há tanto imóvel degradado que poderia ser “disfarçado” com grafites dando possibilidade a que as pessoas pudessem exprimir a sua arte. Deviam ser criados espaços próprios para o fazer, mediante regras eventualmente camarárias. O que acha da Feira Medieval em Torres Novas?Sou a favor de tudo o que possa movimentar a economia local. Se a Feira Medieval trouxe, efectivamente, contributos para o concelho é bem-vinda. É um evento que marca a cidade. Penso que deve ser mais bem enquadrado, com os prós e os contras bem pesados, para que seja retirado o maior proveito possível. Se é apenas uma feira de vaidades não vale a pena. Sente que a geminação dos municípios com outras cidades traz algum beneficio?Penso que é uma questão mais política do que de interesse local. Oiço falar de geminações com cidades que trouxeram mais-valia mas não sei até que ponto, para Torres Novas, é que estas foram uma mais-valia além de alimentarem o ego dos políticos da nossa câmara. Penso que, no nosso caso, trouxe mais custos que receitas. Já visitou a Reserva Natural do Paúl do Boquilobo?Sim, durante muito tempo tive o privilégio de, aos domingos de manhã, poder dar grandes passeios de BTT, no Paul do Boquilobo. Penso mesmo que a forma ideal de visitar o Paul do Boquilobo é de bicicleta. Tem percursos que possibilitam ir a todo o lado sem ruído, sem poluição e incómodo para os animais. Lembro-me de parar a bicicleta e num dos vários observatórios próprios para o efeito ficar a admirar os patos no seu habitat natural. Já aconselhou alguém a emigrar?Eu não tenho espírito de emigrante. Se não o fiz até hoje acho que já não o farei. No entanto tenho um filho com 20 anos a iniciar a faculdade e apesar de não o influenciar nas escolhas que fez, tentei orientá-lo. Tentei que pensasse num curso superior que se não tiver saída profissional em Portugal o tenha no estrangeiro.Quais são os seus passatempos?Em miúdo não tive possibilidade de ser escuteiro. Morava na aldeia mas sempre os admirei, pela sua forma de vida, ajuda ao semelhante e gosto pela natureza. Quando o meu filho chegou à idade de ser escuteiro, iniciava-se o escutismo católico nas Lapas, onde vivíamos, e aderiu ao movimento por nossa indicação. Mais tarde, e com a falta de dirigentes, a minha mulher foi convidada a integrar o movimento e, naturalmente, acabei por ser também convidado. Pertencemos ao agrupamento 1272 Lapas desde a sua fundação. Fizemos a formação essencial para adultos e continuamos a aprender com os mais novos. O que o fascina mais no escutismo?Para além de servir de escape, o que mais me fascina é o trabalho com os mais novos, os lobitos, seguindo o lema “aprender fazendo”. Neste momento, estamos com um grande projecto para reconstrução de uma edificação antiga num pavilhão polivalente no Parque Ambiental do Mouchão, onde nos encontramos. Candidatamo-nos a fundos do PRODER para o efeito, estamos a aguardar a aprovação dos mesmos, para dar início às obras.
José António Magalhães

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