Os eleitos da Assembleia Municipal de Vila Franca de Xira já estão em modo de pré-campanha e aproveitaram a última reunião deste mandato, realizada em Vialonga, para elogiar o seu próprio trabalho. Não fosse a presença de alguns moradores e muitos dos assuntos do quotidiano de Vialonga teriam passado ao lado da agenda.Gonçalo Xufre, da bancada da coligação Novo Rumo, foi o primeiro a abrir as hostilidades elogiando a “visão estratégica” da sua bancada e dos seus vereadores. Em jeito de balanço, enumerou as obras feitas de Alverca à Castanheira e notou que o trabalho empenhado é para continuar no próximo mandato.Os rivais socialistas, pela voz de Pedro Gaspar, cedo se insurgiram contra a intervenção da coligação, notando que o balanço final “será feito pelas populações”. Mas momentos depois o socialista Jorge Ribeiro também fez questão de falar do papel desempenhado pelo PS, que teve ideias e “fez obra”. Jorge Ribeiro enalteceu o trabalho dos socialistas à frente da câmara e notou que “hoje vale a pena” viver no concelho. Carlos Lilaia, do PS, não poupou nas palavras e destacou os quatro mandatos que “revolucionaram” o concelho e destacou a capacidade de Maria da Luz Rosinha em “aproveitar cada euro” dos fundos comunitários.Também Ana Belchior, do CDS-PP, frisou que o voto da sua bancada teve sempre o objectivo de “fazer mais” pelas populações. Só a CDU e o Bloco de Esquerda não apresentaram um balanço do trabalho feito e Carlos Coutinho, dos comunistas, chegou mesmo a ironizar os elogios dos adversários, notando que conseguiram “ler tudo sem se rirem”.Público aguentou três horas e meia para poder falarOs 13 moradores que participaram na assembleia tiveram de esperar três horas e meia até que os eleitos terminassem a apreciação dos pontos para poderem falar. O presidente da assembleia impôs um limite de três minutos para cada pessoa levantar a sua questão, o que originou algumas queixas. Rui Pereira lamentou o mau estado da sede dos escuteiros de Vialonga, João Pacheco criticou a falta de investimento municipal na freguesia, Francisco Bordalo usou da palavra para lamentar promessas não cumpridas e Ana Oliveira, moradora da urbanização da Flamenga, criticou o abandono do espaço.O executivo municipal foi também questionado por Rosário Lázaro sobre um eucalipto junto à sua casa que já lhe causou danos na habitação. Manuel Pereira criticou o estacionamento abusivo de camiões em Vialonga e Augusto Martins lamentou que os alunos da Granja, Alpriate e Santa Eulália continuem sem passes escolares para os transportes.Antes de a sessão terminar, Fernando Neves de Carvalho lamentou que a maioria das verbas do quadro comunitário de apoio tenha sido gasta na freguesia de Vila Franca e quis saber se são feitas auditorias externas ao serviço de urbanismo da câmara. José Vieira, outro morador de Vialonga, lamentou uma obra que está por concluir há várias semanas na rua do Bom Humor.Rosinha admite que fez tudo o que estava ao seu alcanceA presidente do executivo, Maria da Luz Rosinha (PS), não se despediu dos eleitos municipais com um “adeus” mas com um “até já”. Também a autarca foi surpreendida pelos balanços feitos pelas três bancadas e confessou não trazer um discurso de despedida. “Não me lembro de ao longo dos últimos quatro anos contar com um momento tão profundo como aquele que se viveu hoje aqui”, ironizou.Rosinha admitiu que “muita coisa fica por fazer” mas que isso será algo que “acontecerá sempre” a quem abandona um cargo. “Foi um período fantástico, assumi esta missão com orgulho e considero que fiz tudo o que estava ao meu alcance. Tenho a certeza que nos vamos reencontrar e por isso não digo adeus mas sim até já”, concluiu.