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Alandroal

Como muitas terras do Tejo, o Alandroal também tem um rio. Um rio e um lago, um grande lago, o Alqueva. Tem igualmente patrimónios: construído, histórico, cultural, social. De resto, é uma terra do interior, com baixa densidade populacional, como tantas outras. À primeira vista, os alandroalenses são felizes e gostam da sua terra.Tudo isto é vulgar e comum. Porquê então o Alandroal? Porque, como poucas terras, o Alandroal tem uma estratégia. Tem um rumo, um caminho. Todos os alandroalenses sabem que é um trilho difícil, com grandes desafios, de longa distância, com derrotas e vitórias, mas há uma direção. Esta é a pequena grande diferença que falta a quase todas as terras. Depois de muitos anos, como os demais, o Alandroal olhou à sua volta e viu o que hoje é a sua grande aposta. Leu a sua história. Logo ali, do outro lado do rio, está a imensa planície extremenha, na grande Espanha. Mas antes disso os olhos esbarram em Olivença. Olivença sente e sabe o mesmo, os seus caminhos cruzam-se com o Alandroal. O caminho é longo e as apostas são múltiplas, não cabem aqui. Esta é a grande aposta do Alandroal, uma parceria estratégica e também afetiva com Olivença. Neste tempo, em que os próximos quatro anos de governo local se vão decidir, é fundamental que cada terra trace o seu próprio rumo. Que cada lugar se saiba ler a si próprio, e que opte estrategicamente e aposte tudo nesse futuro; tudo o resto vem por acréscimo.Neste exemplo de parceria, a aposta no turismo de experiência de qualidade é inequívoca e tem tudo para dar certo. Além de uma marca e de uma estratégia de comunicação, o Alandroal editou um completo guia turístico e estruturou vários produtos. Tudo no sentido da direção traçada, onde todos, dos hoteleiros aos artesãos, ganham e se sentem comprometidos.Quando os meios são escassos, o focalizar no essencial, em opções estratégicas inequívocas, que traduzam a alma do território é o estreito caminho a seguir. Este é um caminho de longo curso. Como todas as grandes rotas é necessário tempo e persistência para a percorrer, isto é, é provável que os resultados levem tempo a aparecer. Significativo no Alandroal é que todos começam a perceber que, pelo seu futuro, têm algo a fazer.Um caminho destes só terá sucesso se feito em parceria. O pior de tudo é não ter caminho, como acontece em muitos lugares. Tudo parece interessante, tudo faz falta, e, por isso, aposta-se um pouco em tudo. Nesta matéria, como em muitas outras, tudo é nada e não serve.Carlos A CupetoProfessor na Universidade de Évora - cupeto@uevora.pt

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