As bancadas da oposição na Assembleia de Freguesia de Alverca aproveitaram a última sessão deste mandato para arrasar a gestão do presidente da autarquia, o socialista Afonso Costa. Os eleitos dos vários partidos acusaram-no de nada ter feito pela cidade, de andar a fazer obras de fachada a pouco tempo das eleições e até de pressionar moradores que fizeram declarações a O MIRANTE. Afonso Costa, que se candidata à presidência da União da Freguesia de Alverca e Sobralinho, sentiu-se e apontou o dedo aos críticos dizendo que não recebe lições de democracia.O primeiro a criticar o trabalho do autarca foi João Cruz, líder da bancada da coligação Novo Rumo, liderada pelo PSD. Acusou Costa de fazer “obra de fachada” e de “atirar dinheiro à rua” em obras de requalificação de muros e passeios no Bom Sucesso. “A incompetência não faz parte do meu diálogo e não posso defender o que está mal feito”, criticou. A eleita do Bloco de Esquerda, Maria do Carmo Dias, também lamentou que o executivo só a semanas das eleições tenha começado a fazer trabalhos que promete há quatro anos. Maria do Carmo lamentou que “quase nada” tenha sido feito no melhoramento das acessibilidades da cidade desafiou Afonso Costa a “passar um dia na cidade numa cadeira de rodas” para perceber as dificuldades que os deficientes passam na cidade.Por parte da bancada da CDU também Carlos Gonçalves lamentou que se tenham “afundado” milhares de euros em obras de “embelezamento” que em pouco ou nada vão beneficiar o quotidiano das populações. “O jardim do Adarse é um matagal e a limpeza na cidade é deplorável. Metade dos passeios de Arcena não existe. Quando o jornal O MIRANTE fez uma reportagem sobre o mau estado da zona do Adarse o presidente foi questionar a moradora por ter falado para o jornal. Isto é uma vergonha. Isto não é uma ditadura”, acusou.A bancada socialista usou da palavra para ler duas saudações a elogiar o trabalho feito durante o mandato, o que gerou ainda mais críticas por parte da oposição. João Cruz (Novo Rumo) criticou a glorificação da obra dizendo que “dá vontade de rir” e que as saudações “são de bradar aos céus”. Carlos Gonçalves (CDU) continuou no mesmo registo dizendo que a glorificação da obra feita “cai em saco roto” porque Afonso Costa “abandonou a cidade quando esta mais precisava”. O presidente do executivo depois de dizer que não recebe lições de democracia, referiu que “ainda há muito por fazer mas a verdade é que muita coisa foi feita, especialmente na eliminação das barreiras arquitectónicas”. O autarca recusou a ideia de que só agora estão a ser feitas obras na cidade e defendeu que no caso do jardim do Adarse mais vale ter algum mato do que continuar como estava, “transformado numa lixeira”.Assembleia reuniu-se para não aprovar nadaA Assembleia de Freguesia de Alverca reuniu-se em sessão ordinária na noite de 13 de Setembro mas não aprovou qualquer ponto, porque da ordem de trabalhos apenas constava a apreciação da informação escrita do presidente da junta. A reunião deste órgão custou 346 euros ao erário público em senhas de presença dos eleitos, que ganham, em valores líquidos, 18,23 euros por cada sessão em que participam. Apesar de uma dezena de moradores ter assistido à sessão nenhum usou da palavra.