Vergonha no distrital de infantis de futebol
Briga entre os pais das crianças obrigou o árbitro a terminar o jogo entre o CADE e o Núcleo Sportinguista de Rio Maior ainda na primeira parte. A Associação de Futebol de Santarém levantou um processo disciplinar aos dois clubes. Os dirigentes lamentam a situação que coloca em causa o bom nome das colectividades.
O jogo do Campeonato Distrital de Infantis que opunha o CADE - Clube Amador de Desportos do Entroncamento ao Núcleo Sportinguista de Rio Maior, realizado no dia 2 de Novembro, não chegou ao fim. O árbitro deu o jogo por terminado ainda antes do intervalo porque os pais das crianças que se defrontavam em campo, partiram para confrontos físicos. “Foi uma autêntica batalha campal”, confessa um dirigente do CADE.Segundo uma testemunha ocular, o problema foi espoletado pelo pai de um jogador riomaiorense. “O jogo estava a decorrer sem problemas. Um choque entre dois jogadores, em que o de Rio Maior, mais fraquito fisicamente, ficou no chão levou a que o seu pai corresse para a vedação e invectivasse a criança do CADE, ameaçando-o de que lhe dava “dois socos no focinho” e ofendendo os pais. O avô da criança do CADE, que estava logo ali ao lado, pediu ao homem, um indivíduo de elevada estatura, para moderar a linguagem porque estava a falar para uma criança de que nem sequer conhecia os pais”, disse.Segundo a testemunha, o homem não se acalmou e tornou-se ainda mais agressivo. “Partiu para cima do avô da criança e quando outras pessoas se chegaram para evitar alguma agressão, o tipo baixou as calças e fez gestos obscenos, à frente de mulheres e crianças adeptas das duas equipas que se encontravam a assistir ao jogo”, uma situação deplorada por toda a gente.O homem, completamente fora de si, e um amigo que se encontrava com ele terão continuado a provocar o avô do jovem do CADE e alguém telefonou aos filhos a dar-lhe conhecimento da situação. “O pai do jogador do CADE e os familiares vivem perto e chegaram com rapidez, foi então que a guerra começou”.“Foi uma autêntica batalha campal, nunca tinha assistido a nada assim. Os filhos do homem ofendido já vinham preparados e os de Rio Maior eram os dois de elevada estatura e também preparados para tudo. Foi uma guerra muito grande. Aquilo até meteu navalhas e chicotes. Foi um espectáculo muito triste, que só terminou com a chegada da polícia”, disse o dirigente do CADE. A vergonhosa situação passou-se fora das quatro linhas que delimitam o terreno de jogo. Mas dentro do campo as crianças, com idades entre os 11 e os 12 anos, ficaram aterradas a ver os pais à briga e choravam convulsivamente. Por isso não restou outra alternativa ao árbitro que não fosse dar o jogo por terminado e os dirigentes dos dois clubes retirarem as crianças rapidamente para os balneários.“Não podíamos deixar as crianças a assistir àquelas lamentáveis cenas, protagonizadas por aqueles que deviam ser os primeiros a dar-lhes exemplos de integridade e respeito”, disse o director do CADE para o futebol infantil, Alberto Ribeiro.“Foi uma situação lamentável no futebol de formação, na qual o Núcleo Sportinguista de Rio Maior tomará todas as medidas ao seu alcance para que não se volte a repetir”, diz o clube em comunicado enviado à comunicação social.O CADE e o NS de Rio Maior são dois clubes filiados na Associação de Futebol de Santarém que se orgulham do seu trabalho na formação de jovens para o futebol e para a vida, pelo que esta situação, criada por um grupo de pais que não se sabem comportar como tal, deixou os dirigentes de ambos os clubes bastante abalados e prometendo que vão estudar formas de evitar que situações destas se voltem a repetir.Embora não saibam bem o que podem fazer. “Não podemos acabar com as equipas, nem proibir os filhos dos envolvidos de continuarem a jogar futebol. Isso seria deitar abaixo todo o trabalho de formação que fazemos todos os dias. Parece que só nos resta pedir aos pais para terem mais respeito pelos filhos e pelo trabalho que realizamos, e não irem assistir aos jogos”, disseram os dirigentes dos dois clubes.A Associação de Futebol de Santarém abriu um inquérito disciplinar aos dois clubes e de certo vai chegar ao fim e castigá-los porque para o bem e para o mal são responsáveis pelo comportamento dos seus adeptos. Os dirigentes sabem bem quem foram os causadores da situação, que envergonha o futebol jovem do distrito e fundamentalmente os dois clubes. Por isso devem apresentar queixa para que essas pessoas sejam também severamente punidas.
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