A arte de fazer torricado
João Alves é um dos mais antigos na arte de fazer o tradicional torricado de Azambuja. O filho da terra, com 70 anos, diz que a preparação da refeição vem da sapiência da sua família e que não é necessário ser um grande artista para se ter sucesso na sua feitura. Basta gostar de cozinhar e ter vontade de aprender. O resto é dedicação. João explica que o pão já duro é primeiro cortado ao meio. Depois fazem-se uns cortes no miolo. Vai à grelha e as brasas ajudam a que se torne mais macio e no fim esfrega-se com alho e é regado com azeite. E volta novamente ao lume para apurar. “O segredo para ver se o azeite está frito, é colocarmos o pão junto ao ouvido. Se estiver a chiar, é logo servido” conta João. O torricado fica bem a acompanhar com azeitonas, bacalhau assado ou carne grelhada. A tradição de fazer o torricado vem de há muitos anos quando havia necessidade de se aproveitar o pão de dias anteriores e de levar para os trabalhos no campo um alimento que não se estragasse e enchesse a barriga. João Alves costuma participar na “Festa do Torricado”, em Azambuja, que este ano decorreu entre 8 e 10 de Novembro na “Poisada do Campino”. Organizado em parceria pelo Grupo Desportivo da Azambuja e pelo Rancho Folclórico Ceifeiras e Campinos, o evento acolheu milhares de habitantes e turistas que não quiseram deixar passar a oportunidade de saborear um petisco antigo. Mike Marques
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