Movimento volta a colocar coroa de flores à porta do Tribunal de Santarém
Investigação do Ministério Público não inibe Alvorada Ribatejo de protestar contra o estado da justiça
O processo aberto pelo Ministério Público por ultraje aos símbolos da soberania no ano passado não inibiu o Movimento Alvorada Ribatejo de voltar a colocar este ano uma coroa de flores à porta do Tribunal de Santarém, num protesto contra as condições da justiça e que é repetido pelo terceiro ano no início de Novembro. A coroa idêntica à que é usada nos funerais voltou a ser colocada durante a noite e de manhã a PSP foi chamada para a retirar e abrir mais uma investigação. Os elementos do movimento que tem um blogue e uma página no Facebook e onde não aparece nenhum membro identificado, colocou também uma tarja na fachada do tribunal a exigir “justiça igual para todos”. Já no ano passado um dos elementos que aceitou falar com O MIRANTE, Carlos Arraiolos, garantia que o movimento ia continuar a lutar pela liberdade de expressão e por aquilo que considera estar mal. Até porque não interferem no normal funcionamento dos serviços uma vez que o protesto é feito quando o tribunal está fechado. Este ano colocaram também um cartaz a dizer que “há quem tenha medo que o medo acabe”, numa alusão ao facto de haver uma investigação do Ministério Público.O protesto pode ser considerado crime no âmbito do previsto no Artigo 332º do Código Penal. Que estabelece que “quem publicamente, por palavras, gestos ou divulgação de escrito, ou por outro meio de comunicação com o público, ultrajar a República, a Bandeira ou o Hino Nacionais, as armas ou emblemas da soberania portuguesa, ou faltar ao respeito que lhes é devido, é punido com pena de prisão até dois anos ou com pena de multa até 240 dias”. Carlos Arraiolos já tinha dito a O MIRANTE no ano passado que o facto de ter sido identificado no processo é o reflexo de que a democracia está doente”. “Nós apenas nos estamos a manifestar livremente contra o que achamos que está mal. Neste caso entendemos que há uma justiça para ricos e para pobres. É uma questão de liberdade de expressão e não de atentar contra alguém ou algum órgão de soberania”, refere Carlos Arraiolos, residente em Fazendas de Almeirim. A ideia do movimento com este protesto é “pressionar os responsáveis para que haja mudanças no sentido de termos no futuro uma justiça realmente igual para todos. E que nós, cidadãos, possamos participar nela”.
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