A colectividade que é um exemplo no associativismo de Vila Franca de Xira
UDCA de A-dos-Loucos tem captado atletas de toda a região e já soma títulos a nível nacional
Numa aldeia com pouco mais de meio milhar de pessoas há uma colectividade que respira dinamismo. Os dirigentes são jovens, as actividades são muitas e conseguem fazer tudo isso sem apoios da câmara.
Na pequena aldeia de A-dos-Loucos em São João dos Montes, Vila Franca de Xira, há uma associação onde não faltam jovens para colaborar e onde existem dezenas de actividades que movimentam milhares de atletas todos os anos.Com apenas 600 sócios (praticamente o número de habitantes da aldeia) que pagam uma quota anual de seis euros, a União Desportiva e Columbófila Adoslouquense (UDCA) é um exemplo no concelho por conseguir realizar as suas actividades sem recorrer a qualquer tipo de apoio municipal. José Romaneiro é presidente da colectividade há cerca de um ano e mostra-se feliz por ter a seu lado muitos jovens. “Felizmente com esta direcção temos cinco pessoas acima dos 50 anos e 16 pessoas abaixo dos 40 anos. É tudo rapaziada nova que gosta de ajudar. A-dos-Loucos tem uma tradição muito grande no associativismo”, refere a O MIRANTE. Sempre que a UDCA realiza um evento o povo da aldeia sai à rua e ajuda com o que pode. Em 2009, numa prova de BTT, mais de 80 pessoas saíram das suas casas para ajudar a organização. “Fomos a primeira das pequenas colectividades do concelho a ter um pavilhão, construído com o suor de muitas pessoas desta terra e que hoje em dia movimenta mais de cinco mil pessoas. Infelizmente estamos esquecidos por parte da câmara, durante os últimos anos não recebemos nem um tostão”, lamenta José Romaneiro.Actualmente a secção de desporto - liderada por Paulo Cartaxo - integra as modalidades de cicloturismo, BTT “loucos pelo pedal”, audace estrada, audace BTT, pesca desportiva, ténis de mesa, ginástica rítmica, futsal, atletismo e trail running. No que toca às bicicletas, desde 2008 que se realizam raid’s e passeios de cicloturismo e BTT. Este ano a equipa de cicloturismo da UDCA ficou em terceiro lugar na geral por equipas do campeonato nacional de audace estrada, tendo trazido um primeiro e segundo lugar no escalão individual - Vítor Coutrim e Paulo Cartaxo, respectivamente. Soma-se também ao role das actividades a secção cultural, com o grupo de teatro “A Forja”, um dos nomes mais conhecidos do concelho. “Em termos financeiros estamos muito mal, a situação que se coloca hoje é que as colectividades são consideradas pelo estado como empresas, mesmo quando são as colectividades que dão o desporto, cultura e recreio à população. É muito difícil sobreviver financeiramente. Só com muito espírito de sacrifício das direcções e de alguns associados é que se consegue”, explica José Romaneiro.A história da colectividade começa em Novembro de 1919, com a criação da Tuna Recreativa Adoslouquense. Em 1950 deu lugar ao Grupo Columbófilo Adoslouquense. Em 1970 nasceu uma associação paralela para criar outras actividades desportivas, a União Desportiva e Recreativa Adoslouquense. Só em 1997, depois de várias reuniões, se decidiu unir as duas colectividades, dando origem à UDCA como a conhecemos actualmente. São nomes queridos da população Alberto Loulé, dinamizador do desporto em A-dos-Loucos e Lindberg Nunes, que chegou a nadar com Baptista Pereira. Para 2014, a associação tem vários projectos, destacando-se a realização da maratona de BTT “Loucos do Pedal” no dia 31 de Maio, um concurso de pesca, provas de ciclismo e BTT audace, gala de ginástica rítmica, realização de peças de teatro e campeonatos de futsal.
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