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Uma empresária de sucesso num ramo maioritariamente masculino

Uma empresária de sucesso num ramo maioritariamente masculino

Elisabete Amado aprendeu tudo sobre automóveis com o marido e agora é ela que toma conta do negócio sozinha

Apesar de trabalhar numa área maioritariamente masculina, a empresária diz que isso não é um entrave. Confessa que gosta de trabalhar com homens e que são menos complicados que muitas mulheres.

Elisabete Amado começou a trabalhar no mundo dos automóveis pela mão do marido há cerca de 20 anos, mas esse não foi o seu primeiro trabalho. Nas férias escolares trabalhava numa empresa que vendia rações para animais. Mais tarde trabalhou vários anos no antigo Grémio da Lavoura do Cartaxo. A intenção era trabalhar no escritório mas acabou por fazer atendimento porque sempre adorou o contacto com o público.Depois do Grémio da Lavoura foi trabalhar com o marido para a Gasmotor, em Vila Chã de Ourique, empresa que estava a funcionar há um ano. E como naquela altura havia um grande volume de negócio Elisabete foi ajudar o marido. Aprendeu tudo com ele e quando o companheiro morreu, há cerca de três anos, diz que ficou “coxa”. No entanto, com o apoio de todos os empregados garante que conseguiu continuar com o ‘barco para a frente’. Em mais de duas décadas de vida profissional, Elisabete Amado apenas lamenta ter desistido dos estudos e não ter concretizado o sonho de ser veterinária.Os seus dias nunca são iguais. Depois de deixar o filho na escola e de passear o cão, às nove da manhã já está na oficina. É Elisabete quem trata de toda a parte administrativa. Quando é preciso também veste o fato-macaco e vai para baixo dos carros. Na Gasmotor faz-se a montagem de carros a gás GPL (Gás Propano e Liquefeito). Além disso, também fazem reparações e assistências de viaturas a gasolina.Quando começou a trabalhar no ramo havia muito poucos carros a GPL. Hoje em dia existem cada vez mais e a tendência é aumentar. “O GPL é o futuro. É muito mais económico, muito melhor para o ambiente e gasta-se metade da gasolina do que num carro que é exclusivamente a gasolina”, explica Elisabete Amado. A empresária explica que, actualmente, as pessoas estão mais conscientes da necessidade de utilizar combustíveis amigos do ambiente e que a tendência é para haver cada vez mais carros a GPL.Elisabete considera que em época de crise ninguém escapa à malfadada falta de dinheiro mas felizmente a empresária não tem motivos para se queixar. “Quando se trabalha bem é natural que não se sinta tanto mas também vamos sentindo. Tenho noção da crise quando damos um orçamento a um cliente e ele pede-nos logo crédito ou facilidades de pagamento”, explica, acrescentando que só entrega um carro pronto após receber o dinheiro ou acertar a forma de pagamento com tudo assinado.Apesar de trabalhar numa área maioritariamente masculina diz que isso não é um entrave. Confessa que gosta de trabalhar com homens e que são menos complicados que muitas mulheres. Setenta por cento dos clientes da Gasmotor são de fora do distrito de Santarém. Os clientes surgem pelas mãos de outros clientes. Estar sempre disponível para o cliente, a qualquer hora e executar um bom trabalho é, na sua opinião, o segredo do sucesso. “Na véspera de Natal fui receber um carro para montar no dia 26. Quem tem esta disponibilidade não pode ser o funcionário, tem que ser a patroa. Se não gostarmos realmente do que fazemos as coisas nunca dão certo. Esse é o segredo de qualquer empresa com êxito”, considera.É uma mulher que não sabe estar parada. Nos poucos tempos livres gosta de se divertir. Canoagem, BTT, mergulho e ténis são alguns dos desportos que pratica quando a agenda o permite. Desde criança que gosta de fazer doces mas opta por não os comer. É à sua vizinha do lado, a irmã, a quem cabe a dolorosa tarefa de provar as suas iguarias. No final do ano passado resolveu tornar a coisa mais séria e criou uma página na rede social facebook onde coloca fotografias dos doces que vai fazendo. Tudo para venda. Também é presença regular nas mostras de doçaria do concelho do Cartaxo. Todos os bolos que leva vendem-se. É adepta de doces conventuais. Fidalgo, palha de Abrantes, cornucópias, brisas de gila e pastelinhos de Tentugal são alguns dos doces que confecciona com frequência. Além disso,também aceitou o convite para ser modelo fotográfica de uma loja de roupa do Cartaxo. Aceitou o desafio por brincadeira mas recorda que, aos 18 anos, foi eleita Miss Horta da Fonte. Agora aos 44 anos quer provar que a beleza não tem idade.
Uma empresária de sucesso num ramo maioritariamente masculino

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