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Ajudar as pessoas a conhecerem-se a si próprias

Ajudar as pessoas a conhecerem-se a si próprias

Helena Gonçalves dá consultas de psicoterapia no Entroncamento e Torres Novas

A Psicoterapia Gestalt é muito vivencial e baseia-se no “aqui e agora”, enquanto outras psicoterapias vão rebuscar no passado. O objectivo do terapeuta é que a pessoa que o consulta saiba tudo o que se passa consigo.

Licenciada em Psicologia pela Universidade de Coimbra, Helena Gonçalves, 52 anos, voltou aos estudos em 2006 para tirar uma pós-graduação em Psicoterapia Gestalt, termo alemão que significa “forma” ou “estrutura”. Trata-se de uma psicoterapia pouco conhecida em Portugal mas que noutros países já fez escola. Numa voz sempre serena e com postura tranquila, a psicoterapeuta, que tem consultórios no Entroncamento e em Torres Novas, explica que esta terapia deriva da assunção de que “o todo é mais que a soma das partes” e que na vida estamos sempre a abrir e a fechar ciclos. A Psicoterapia Gestalt é muito vivencial e baseia-se no “aqui e agora”, enquanto outras psicoterapias vão rebuscar no passado. “Nós olhamos para o presente, para o que está a acontecer, a emergir. É isso que importa porque é isso que está a afectar a pessoa. Vamos ao óbvio, ajudando a pessoa a tomar consciência da sua realidade. Não interessa o porquê mas o como e o para quê”, explica. A grande virtude desta terapia foi ter organizado um conjunto de teorias e metodologias muito funcionais e que, devidamente aplicadas, resultam.Natural de Pampilhosa da Serra, distrito de Coimbra, Helena Gonçalves nunca sonhou com uma profissão mas sempre teve o desejo de estudar para alcançar novos horizontes. Ainda pensou em seguir Educação Física, mas quando esbarrou com a disciplina de Psicologia no secundário gostou bastante da matéria, motivada pelo professor. Foi assim que ingressou na Faculdade de Psicologia em Coimbra, tendo terminado o curso em 1986. Seguiram-se alguns trabalhos mais precários até que, em 1988, iniciou a carreira trabalhando numa empresa de consultadoria, na área do recrutamento e selecção. “Recrutei muitos colaboradores para trabalhar em bancos. Aplicava os testes, fazia as entrevistas e elaborava os relatórios para os clientes, fazendo o ranking dos candidatos”, recorda. O desejo de trabalhar numa estrutura de maiores dimensões levou-a até Sever do Vouga (Aveiro) para ingressar numa empresa de construção civil mas como a mesma já atravessava alguns problemas financeiros regressou a Torres Novas, onde já vivia na altura.Quando a filha tinha seis meses, voltou a arregaçar as mangas e começou a trabalhar a meio-tempo num Centro de Formação em Tomar para jovens com dificuldades de aprendizagem até ir para a Mitsubishi Fuso, no Tramagal (Abrantes), onde trabalhou durante 22 anos na área de recursos humanos. Em 2010, altura em que terminou o curso em Psicoterapia Gestalt, começou a ter mais tempo livre para dar consultas de psicoterapia, uma vez que passou a colaborar com a empresa em part-time.“Sentia que me fazia falta obter conhecimentos noutra área que me permitissem outras abordagens profissionais. Enviaram-me a divulgação do curso, li e achei que toda aquela filosofia fazia sentido”, explica a O MIRANTE. Começou por dar consultas na freguesia de Ribeira Branca, em Torres Novas, seguindo-se Torres Novas e Entroncamento, devendo as mesmas ser antecipadas de marcação ou após uma visita ao website lenagoncalves.wordpress.com.Helena Gonçalves costuma falar com quem a procura sem qualquer obstáculo físico pelo meio, porque “tudo influencia tudo”, e utiliza, muitas vezes, a sua intuição para conseguir perceber melhor o que se passa com o outro. A primeira sessão pode demorar mais de uma hora e assenta no diálogo entre terapeuta e paciente, tentando conhecer o caso. Nas sessões seguintes, e como o consultório também pode ser um laboratório, é possível propor ao paciente actividades, como desenho, relaxamento, fantasia guiada ou a cadeira vazia. O objectivo não é que o terapeuta saiba tudo sobre a pessoa mas sim que a pessoa saiba tudo o que se passa com ela. “Aproveito o meu instinto, o que estou a sentir ou as imagens que me vêm à mente, para melhor perceber o que se passa ou como a pessoa se está a sentir. Por vezes dizem-me que leio pensamentos mas é apenas fruto da minha intuição”, atesta. O mais gratificante, assegura Helena Gonçalves, que também fez o seu percurso de auto-conhecimento, é conseguir apoiar os outros no seu processo de auto-cura.
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