Sede e campo de futebol são as prioridades da nova direcção do GD Salvaterrense
Colectividade de Salvaterra de Magos com nova direcção após quatro anos com comissões administrativas
Eduardo Andrade tomou posse como presidente da direcção do Grupo Desportivo Salvaterrense no dia em que o clube comemorou 89 anos. Desde a adolescência que vai todos os dias à sede da colectividade e entendeu que este não era o momento de virar as costas ao clube da sua terra. As suas prioridades são o novo campo de futebol em Salvaterra e a decisão em manter a sede no mesmo local ou a necessidade de mudar para um espaço mais barato. O engenheiro químico quer levar o GDS a um patamar mais elevado daquele onde se encontra hoje.
Depois de quatro anos a ser gerido por comissões administrativas, o Grupo Desportivo Salvaterrense (GDS) elegeu finalmente no dia 5 de Janeiro - véspera de comemorar 89 anos de existência - uma nova direcção. Eduardo Andrade é o novo presidente da direcção. Aceitou o convite para liderar a lista única às eleições porque achou que este não era um momento de dizer não.O clube foi confrontado com a sua própria legalidade por estar há tantos anos gerida por comissões administrativas, com a Câmara de Salvaterra de Magos a pôr em causa a continuação da atribuição de subsídios a uma colectividade que não tinha corpos gerentes estáveis. Eduardo Andrade admite que se não houvesse agora uma nova direcção o GDS, colectividade histórica do concelho, poderia ter fechado portas. “Não podíamos atraiçoar os 170 jovens que praticam desporto no clube. Por isso avançamos com a lista para eleições”, reforçou.O novo presidente da direcção do clube tem duas prioridades: a sede e o campo de futebol. Actualmente as equipas do GDS quando jogam em casa, a partir do escalão de iniciados, têm que se deslocar a Marinhais para jogar no complexo desportivo local.Para Eduardo Andrade, essa decisão afastou os adeptos do Salvaterrense do futebol. “As pessoas não vão a Marinhais ver jogar a sua equipa. Muitos deles acham que o clube já acabou porque não vêem qualquer movimentação junto ao antigo campo de futebol. Foi uma má opção do anterior executivo que liderava a autarquia. Vamos lutar para recuperar o nosso campo de futebol e trazer de novo o Salvaterrense para a sua terra”, afirma. O dirigente acrescenta que o facto de o clube não ter equipa sénior também afasta os jovens, que sabem que depois de concluírem a formação têm que procurar outro clube. “Por isso alguns começam logo a formação numa equipa que tenha seniores para continuarem sempre no mesmo clube”, sublinha.Os jogadores treinam num campo de relvado sintético anexo ao antigo campo de futebol do Salvaterrense que foi abandonado. O dirigente refere que o GDS não tem a ambição de ter um campo de futebol só para si. “O clube nasceu para promover a prática desportiva, não tem que possuir nada. Gostávamos que a câmara construísse um campo relvado e o colocasse à disposição de todas as colectividades que precisem de utilizá-lo”, sugeriu.Outra prioridade é a sede do clube, que é arrendadas e pela qual pagam 200 euros por mês. Para o presidente é um valor muito alto para uma colectividade que tem um orçamento de 15 mil euros por ano. Além disso, a proprietária do edifício pretende aumentar o valor da renda, algo “impossível” de comportar. A solução passa por negociar com a proprietária ou mudar a sede para um espaço onde a renda seja mais barata. “Não seria a opção ideal porque as pessoas sempre viram a sede neste local e provavelmente não aceitariam uma mudança, mas temos que nos adaptar à mudança dos tempos em que vivemos. No entanto, vamos fazer tudo para manter a nossa sede onde sempre foi”, realça.Eduardo Andrade elogia a dedicação de Paulo Andrade, que esteve “sozinho” a gerir as várias comissões administrativas do clube. Como é a pessoa que está mais por dentro das contas da colectividade, o presidente da direcção convidou-o para vice-presidente. António José Narciso é o presidente do conselho fiscal e Mário Rui Santana é o presidente da assembleia geral. O clube conta com 600 sócios mas apenas 170 pagam as quotas.Iniciados competem no campeonato nacionalApesar das dificuldades que o clube tem atravessado nos últimos anos, a equipa de Iniciados A tem feito um bom trabalho actuando no campeonato nacional. Eduardo Andrade destaca o valor dos jogadores e o trabalho feito pelos treinadores. “São miúdos que trabalham no clube desde as escolinhas e o treinador, que faz parte da direcção, é muito empenhado. Além disso, os pais também ajudam muito levando os miúdos para os treinos e para os jogos. Isto só é possível com a união de todos”, destaca.Um apaixonado pelo clube que nunca teve jeito para jogar à bolaEduardo Andrade nasceu há 48 anos em Salvaterra de Magos, onde sempre viveu. Foi criado junto à sede do Salvaterrense e todos os dias ia ao local onde se encontrava e convivia com os amigos. É sócio do GDS há 35 anos e continua a ir à sede do clube todos os dias. O engenheiro químico garante que depois de deixar o cargo de presidente da direcção vai manter o mesmo hábito, ou não fosse o clube do seu coração.Apesar da grande ligação ao clube confessa que nunca jogou futebol a sério nem sequer foi atleta. “Não tinha muito jeito para praticar a modalidade”, diz entre risos.
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