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A dignidade é a base da relação com os clientes

A dignidade é a base da relação com os clientes

Rosário Valério é solicitadora e tem escritório em Samora Correia há quase uma década

Diz que é uma apaixonada pela profissão que tem e não se vê a fazer outra coisa no resto da vida. Admite que trabalhar para um patrão não a seduz e nota que quando se gosta daquilo que se faz o trabalho fica mais bem feito.

Para Maria Rosário Valério, solicitadora com escritório em Samora Correia, a dignidade é a base de tudo e um dos principais valores que gosta de transmitir aos seus clientes. Aos 45 anos, diz que se os profissionais perderem a dignidade com os clientes eles perdem a dignidade com os solicitadores. A empresária assume como principais valores de vida a honestidade, rigor e empenho. Quando era criança sonhava ser professora. A vida empurrou-a para a profissão de solicitadora e hoje já não se vê a fazer outra coisa. Natural de Lisboa, passou boa parte da infância na capital e formou-se em Sociologia na Universidade Autónoma de Lisboa, o que a torna especialmente sensível na relação com as pessoas que a rodeiam. Começou a trabalhar na Câmara de Lisboa e decidiu usar os seus primeiros ordenados para abrir um escritório de prestação de serviços. Quando tinha 32 anos tirou a licenciatura de Solicitadoria e fez-se à estrada. Samora Correia foi o local escolhido para abrir escritório. “O meu pai era de Santo Estêvão e eu vinha quase sempre a Samora Correia aos fins-de-semana e no Verão porque tinha cá muita família. Conheço bem a cidade e adoro cá estar. Apesar de ser de Lisboa, não gosto de Lisboa para viver”, confessa. Rosário Valério diz que tem de haver honestidade entre os profissionais, quer advogados quer solicitadores, porque existe uma “sobreposição de funções” entre as duas classes. “Quando se fala em solicitadores as pessoas só os associam às execuções e ao balcão único, mas temos outras funções importantes que raramente são faladas. Podemos ir à barra do tribunal se formos mandatados, podemos intentar acções executivas de valores elevados, injunções, legalizações de estrangeiros, processos de trabalho, direito civil, heranças e partilhas. No direito civil, por exemplo, podemos dar consultas jurídicas e intentar acções em tribunal”, explica. Neste momento a profissional está a especializar-se no direito das telecomunicações, onde hoje em dia existem muitas execuções. “Não sou nem quero ser agente de execução. Mas a nível das telecomunicações há muito a fazer. As operadoras abusam. Pode haver dívidas que têm de ser pagas, mas há direitos a nível processual que as pessoas desconhecem e que podem servir para o seu proveito”, nota.Arrendamento, compras e vendas, vistos, inventários, pareceres, sociedades comerciais, contratos de compra e venda, fotocópias certificadas, procurações e reconhecimento de assinaturas são outros dos serviços prestados pela solicitadora.“Cresci o meu negócio a partir do zero. Foi um percurso com seriedade e honestidade. O mais difícil foi o investimento inicial. Trabalhava na Câmara de Lisboa e não chegava a ver o meu ordenado, ia tudo para as rendas e despesas do escritório. A casa e o negócio têm crescido e os nossos clientes são a base de tudo isso”, conta.Rosário Valério confessa que alguns clientes confiam tanto na sua pessoa que chegam a dar-lhe cheques em branco para ser ela a meter os valores. “Mesmo assim depois faço uma cópia do cheque como segurança. Mas é um exemplo da confiança que demonstram no meu trabalho”, confessa.Diz que é uma apaixonada pela profissão que tem e não se vê a fazer outra coisa no resto da vida. Admite que trabalhar para um patrão não a seduz e nota que quando se gosta daquilo que se faz o trabalho fica mais bem feito.É uma profissional que gosta de investir mas “com peso e medida”, sem dar saltos maiores que as pernas. Garante que trata todos os clientes por igual, desde os pobres aos ricos e quer continuar a expandir o negócio. A procuradoria ilícita e a crise económica têm sido os seus principais rivais.“A procuradoria ilícita está a tornar-se num cancro. O Estado não fiscaliza. Aparecem aqui pessoas com problemas graves devido a não recorrerem aos profissionais. Pessoas que tinham problemas simples mas que acabaram por ficar muito graves por não terem sido tratados por um profissional. Não acho que haja compadrio de quem está nos serviços públicos para com estes falsos profissionais, mas há facilitação e falta fiscalização”, defende.
A dignidade é a base da relação com os clientes

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