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“O médico deve colocar-se no lugar do paciente para o poder ajudar”

“O médico deve colocar-se no lugar do paciente para o poder ajudar”

Ana Carla Matos, 43 anos, médica, Golegã

Foi a paixão pela fotografia que a levou à especialidade de oftalmologia, após tirar o curso de Medicina, em Coimbra. Trabalha no Hospital de Tomar mas a necessidade de estar mais próxima da família levou-a a abrir, em Fevereiro de 2013, a LusiClinica na Golegã, uma Clínica Médica e Oftalmológica. Tem muitos hobbies e o seu lema de vida passa por aproveitar as “pequenas” grandes alegrias do dia-a-dia.

A medicina torna-se um vício para quem a exerce com paixão. Sempre quis trabalhar na área da saúde mas só mais tarde é que tomei consciência que queria seguir medicina. A Ciência é fascinante porque somos nós a tentar combater o que a nossa biologia e fisiologia desencadeia. Era incapaz de estar ligada a uma profissão que envolvesse leis e outras burocracias. Gosto muito de ajudar o próximo, de o poder tratar da melhor forma que sei.Vivi em Paris entre os 8 meses e os 18 anos. Os meus pais emigraram e toda a minha escolaridade foi feita em França. Já tinha entrado em Medicina na “Université Pierre et Marie Curie”, em Paris, quando decidi que queria continuar os estudos em Portugal. Era apaixonada pelo meu país e pela cultura portuguesa. Tratei de tudo e quando foi preciso pedir ajuda reuni a família e dei-lhes conta do meu sonho. Ingressei na Faculdade de Medicina de Coimbra em 1988.Escolhi oftalmologia devido à paixão que sempre tive pelo pela fotografia, pela luz, pela imagem e pelo olhar. Durante o meu percurso académico fui uma das responsáveis da direcção do Centro de Estudos de Fotografia e cheguei a dar aulas de fotografia de laboratório. Uma segunda razão prende-se com o facto de ser uma especialidade cirúrgica. As primeiras experiências foram muito boas e ditaram o meu percurso. É uma cirurgia muito delicada, com fios mais finos que um fio de cabelo. É um deslumbramento uma pessoa sentir que é capaz de o fazer com sucesso.Demorei um ano a escolher a vila da Golegã como o local indicado para viver. Vim trabalhar para o Hospital de Tomar (Centro Hospitalar do Médio Tejo) há dez anos. Dois anos depois decidi fazer o corte umbilical com Coimbra e comecei à procura de um sítio agradável para viver. Durante um ano, sempre às terças-feiras de tarde, procurei num raio de trinta quilómetros o local mais aprazível onde poderia viver. Encantei-me com a Golegã, que já conhecia da Feira do Cavalo. As minhas raízes são Pampilhosa, na Mealhada, distrito de Aveiro.Abri a “Lusiclinica” para poder estar mais perto da minha família. As minhas filhas têm, actualmente, três e quatro anos e o mundo delas anda muito à volta do que lhe posso dar de bom. Abri em Fevereiro de 2013, num momento de grande dificuldade, mas o balanço é positivo. A crise não foi suficiente para travar o amadurecimento da ideia que já tinha em abrir uma clínica. Damos consultas em oftalmologia, ginecologia/obstetrícia, psiquiatria, pediatria, ortopedia, fisiatria, cirurgia, clínica geral, psicologia, nutricionismo, terapia da fala e terapia ocupacional.Embora não seja ribatejana já me identifico com as tradições. A alma ribatejana, a alma do cavalo, não se encontra noutras terras. Foi por isso que decidi que devia aprender a montar a cavalo e, neste momento, sou jovem criadora. Tenho a Amêndoa, a Framboesa e o Inebriado. A Golegã, sob o ponto de vista da paisagem que o olhar encontra, é lindíssima. A qualidade de vida é excepcional e as principais vias de acesso estão perto. Preocupo-me em explicar, detalhadamente, à pessoa o que se passa com ela. O médico deve colocar-se no lugar do paciente para o poder ajudar a ultrapassar as dificuldades. Primeiro tratamos pessoas, depois tratamos doenças. Cada pessoa tem a sua forma de lidar com a doença e os médicos também têm que se adaptar a isso. O meu dia começa às oito da manhã e acaba às oito da noite.Quando vou de férias não levo o trabalho atrás de mim mas também não fico incontactável. Faço fotografia, equitação, natação, mergulho subaquático e tenho paixão pelas viagens. Já viajei um pouco por todo o mundo e, mesmo agora com as minhas filhas pequenas, já as levei a Cabo Verde. Quero que tenham a mente aberta e que desejem conhecer o mundo. Sempre viajei desde os meus tempos de estudante. Fui ao Peru de mochila às costas. O meu lema é aproveitar as pequenas grande alegrias do dia-a-dia.
“O médico deve colocar-se no lugar do paciente para o poder ajudar”

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