O parque de estacionamento junto ao Mercado do Levante, em Póvoa de Santa Iria, vai ficar encerrado por tempo indeterminado por causa de divergências políticas entre socialistas e oposição na Câmara de Vila Franca de Xira. As pessoas vão ficar privadas de três centenas de lugares e terão que estacionar os carros nas ruas adjacentes até porque não há outras alternativas nas proximidades.O parque foi requalificado no âmbito da obra de melhoramento do mercado e foi aberto antes de a obra estar concluída e recepcionada pela câmara. Na última reunião do executivo foi apresentado o auto de vistoria provisória e os eleitos da oposição, em maioria, recusaram aprová-lo. A decisão implica que sejam rectificadas várias anomalias detectadas na vistoria e só depois de tudo concluído e a obra recepcionada pela câmara é que o espaço pode reabrir.Para a CDU o parque de estacionamento não deveria ser pago por dinheiros públicos. “A câmara licenciou uma urbanização nas proximidades e deveria ser o promotor dessa urbanização a pagar o parque de estacionamento. É uma questão de princípio”, frisou Nuno Libório. Os comunistas chamaram também a atenção para várias deficiências que precisam de ser corrigidas pelo empreiteiro antes que a obra passe para a posse da câmara. A Coligação Novo Rumo, liderada pelo PSD, exigiu a reparação do que ficou mal feito, sobretudo desníveis no pavimento. A vereadora Helena de Jesus considerou que o auto de vistoria “é dos piores que já foram apresentados” na câmara e exigiu que as várias falhas sejam resolvidas. A coligação diz também que o projecto inicial carece de melhoramentos e quer ver introduzidas no local várias propostas que melhorem as condições de acessibilidade, como a colocação de corrimões junto a escadas íngremes.O presidente do município, Alberto Mesquita, lamentou a postura da oposição e confessou não saber como explicar às pessoas que o parque será encerrado, uma vez que faz muita falta. “Espero que tenham consciência da decisão que tomaram”, avisou. Mesquita diz que vai tentar junto do empreiteiro da obra encontrar uma solução.Para quem vive no local a notícia é recebida com espanto e indignação. “A Póvoa é a cidade do concelho que é mais urbanizada e onde já existem poucos lugares de estacionamento. Se fecharem este parque não sei onde vamos estacionar. Até porque este é o maior parque gratuito”, realça Conceição Barros. O comerciante Rui Vicente considera que se o parque foi aberto ao público é porque tinha as mínimas condições. “Quem decide agora fechá-lo não tem noção das dificuldades que temos para estacionar”, critica. O parque serve também a escola do primeiro ciclo situada a poucos metros.