Queixas de moradores obrigam à redução do horário de bar no centro de Santarém
Comissão de Moradores das Ruas Vasco da Gama e do Colégio Militar volta à carga e obriga município a tomar medidas para garantir o descanso dos habitantes. Barulho feito por clientes durante a madrugada no exterior do bar está na base dos protestos.
Mais de cem pessoas subscreveram o segundo abaixo-assinado promovido pela denominada Comissão de Moradores das Ruas Vasco da Gama e do Colégio Militar, em Santarém, que protesta contra o ruído nocturno causado pela clientela de um bar e exige medidas da Câmara de Santarém para acabar com o que consideram ser uma ilegalidade. O bar Charruas, sito na rua Vasco da Gama, tem licença de abertura até às quatro da madrugada, mas os queixosos consideram que sendo aquela uma zona habitacional o estabelecimento devia encerrar mais cedo. A autarquia diz ser sensível ao problema e pretende reduzir o horário, tendo aprovado esta segunda-feira uma proposta de redução do horário para as 23h00 que será ainda sujeita a audiência prévia dos proprietários do estabelecimento. Só depois de ouvidos os argumentos dos donos será fixado o novo horário, mas é já ponto assente que será reduzido, à semelhança do que aconteceu no ano passado com um bar junto ao Politécnico de Santarém. Aliás, o executivo camarário quer harmonizar o horário de todos os bares que existem em zonas habitacionais e que são motivo de queixa por parte de moradores.No texto que suporta o abaixo-assinado e que foi dirigido ao presidente da Câmara de Santarém, os moradores repetem queixas já constantes no primeiro abaixo-assinado e de que O MIRANTE fez eco em Outubro de 2013. E lamentam que a autarquia tenha insistido numa solução de compromisso entre as partes que não parece possível e que se tenha alheado da resolução do problema.“O aumento exponencial dos clientes do referido bar e a sua permanência cada vez mais persistente na via pública, gritando e cantando o mais alto que conseguem e provocando desacatos da mais variada ordem junto aos imóveis das ruas Vasco da Gama e do Colégio Militar, tornou-se nos últimos meses verdadeiramente insustentável”, lê-se no texto do abaixo-assinado onde se refere que ao longo dos últimos meses sucederam-se as chamadas para a PSP de Santarém e os alertas à Câmara de Santarém. Na altura do primeiro abaixo-assinado, uma das pessoas que exploram o estabelecimento, Luís Caiano, lamentou que alguns vizinhos tenham partido para o abaixo-assinado sem antes terem tentado a via do diálogo e disse ter enviado uma carta à autarquia a solicitar uma reunião com todas as partes envolvidas. Mas apesar das diligências efectuadas, não se conseguiu chegar a consenso. Na reunião de câmara de segunda-feira afirmou que tudo tem feito para resolver o problema e que desde há dois meses não saem bebidas do seu estabelecimento para o exterior, pelo que a sujidade, o ruído ou eventuais desacatos na rua não são da sua responsabilidade.“Câmara de Santarém terá que tomar medidas”O vereador Luís Farinha lamenta que não seja possível a coexistência entre a actividade do bar e os moradores da zona, embora reconheça que as queixas se prendem sobretudo com o ruído produzido no exterior do espaço. “O proprietário não terá culpa directa, mas acaba por ter indirectamente, pois se o bar não estivesse a funcionar até tarde as pessoas provavelmente não estariam ali na rua àquelas horas”, disse ao nosso jornal.“Não consigo conceber uma cidade sem espaços de diversão nocturna, mas também acho que estes não se podem sobrepor aquilo que é o direito de todos os moradores ao descanso”, continua o autarca reconhecendo que o conflito entre as duas partes se acentuou nos últimos tempos. “As diligências efectuadas não têm produzido efeito e a Câmara de Santarém terá que tomar medidas”, afirmou Luís Farinha.
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