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Verrinoso Manuel Serra d’Aire

A postura franciscana do administrador da Sociedade de Reabilitação Urbana (SRU) de Fátima, que é remunerado como simples funcionário com a categoria de assessor dele próprio, abdicando assim de algumas mordomias salariais inerentes ao cargo que desempenha, já não é destes tempos. Mangas Oliveira, assim se chama o senhor, distingue-se de muitos dos seus pares pelo despojamento e desinteresse relativamente às coisas materiais. A vontade de servir fala mais alto e pouco importa se lhe pagam mil, dois mil ou três mil euros por mês. É por isso também que entendo perfeitamente que o dito administrador não dê esclarecimentos sobre se tem uma licenciatura (que o habilitaria a ganhar como administrador da tal empresa municipal) ou não (o que o impediria de ser remunerado como tal). Um espírito altruísta deste jaez não deve ser importunado e posto em causa por questões corriqueiras, mais próprias de antros de maledicência. E diria mais: um exemplo de desprendimento deste calibre só podia surgir onde dizem que também apareceu Nossa Senhora, embora, obviamente, não esteja aqui a querer comparar as virtudes de cada um para não motivar amuos escusados.O chefe de gabinete da presidente da Câmara de Tomar não só quer ficar na história daquele concelho como penso que já o conseguiu, embora não tenha a certeza que seja pelas melhores razões. Na sequência de aturada investigação que começou no anterior mandato, quando era vereador da Protecção Civil, Luís Ferreira (também já conhecido como o José Hermano Saraiva do Nabão) descobriu que a data de fundação dos Bombeiros Municipais não era a que, erroneamente, vinha sendo celebrada, mas sim uma data anterior, relacionada com o dia em que o executivo camarário da época aprovou o regulamento do dito corpo de bombeiros. Ou seja, segundo o entendimento do criativo político, qualquer comum mortal deveria festejar o aniversário não na data em que efectivamente nasceu mas sim na data em que os pais, enfim, fizeram aquela coisa que a gente sabe, cerca de 9 meses antes. E a verdade é que, chegado o PS ao poder na Câmara de Tomar, a tese acabou por vingar e os bombeiros ganharam de um dia para o outro mais um ano nos seus quase cem que têm de vida. Graças a Luís Ferreira, embora a presidente Anabela Freitas tente também ficar com alguns louros. Só me resta dar-lhes os parabéns!De parabéns estão também alguns dos presidentes de câmara da região que saíram do cargo nas últimas autárquicas, muito por culpa da lei da limitação de mandatos. Esses “dinossauros” autárquicos não só vão gozar um merecido repouso e uma reforma razoável, como ainda levam para casa uns bons milhares de euros graças ao famigerado subsídio de reintegração de titulares de cargos políticos, cuja lei foi extinta em 2005 mas ainda continua a dar frutos. Depois de anos e anos sem tempos livres, sem tempo para a família, com a oposição a moer-lhes o juízo e o povo a pedinchar-lhes tudo e mais alguma coisa, de repente surge o vazio, o nada. Uma mudança tão abrupta de vida, um choque tão intenso, devem ser devidamente compensados. Ditosa Pátria que tão dilectos filhos tem e tão bem os trata...Um caloroso abraço do Serafim das Neves

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