Os mistérios da poesia
“Homens do dia-a-dia/ Que levantem paredes de ilusão/ Homens de pés no chão/ Que se calcem de sonho e poesia/ Pela graça infantil da vossa mão”. Foi com este poema de Miguel Torga que se festejou o Dia Mundial da Poesia em Vila Franca de Xira, a 21 de Março. A sala polivalente da biblioteca da cidade encheu-se de público para ouvir Paulo Rodrigues a declamar palavras cheias de sentimentos ao som da música da viola tocada por Fernando Marques. Este “Aos Poetas” que iniciou a sessão transporta-nos para a construção da poesia como escape da realidade. Vivemos num tempo em que não há tempo para nada além do prático do nosso dia-a-dia. Cada vez mais dispensamos um livro por duas horas de televisão de entretenimento, sem substância. Programas que não façam o cérebro trabalhar e que nos livrem da arte de pensar, a não ser num sonho que nos apanha quando só queremos dormir. A poesia não é assim. Não nos deixa dormir, obriga-nos a pensar, a reflectir, a imaginar. Faz-nos remoer nas palavras muito para além do tempo em que foram ditas. Como diz o poeta e dramaturgo espanhol Garcia Lorca, “todas as coisas têm o seu mistério, e a poesia é o mistério de todas as coisas”.Mike Marques
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