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O Futuro é agora

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As doenças cardiovasculares são responsáveis por 40% das mortes anuais em Portugal e são a primeira causa de internamento hospitalar.Os seguintes dados estatísticos explicam esta situação:Consumo de sal de 12 g por dia (Jorge Polónia e col.) - 6 vezes o recomendado.53% dos adultos entre os 18 e os 64 anos são obesos (Isabel do Carmo et al).42% dos portugueses são hipertensos (Estudo PAP de Espiga de Macedo e col.) e destes menos de 50% estão controlados.29% têm síndrome metabólico (conjunção de 3 ou mais factores de risco - Estudo Valsim).30% são fumadores (Dias e col).1.000.000 de diabéticos (10% da população), estando diagnosticados e tratados menos de 50%.200.000 sofrem de fibrilhação auricular que é a arritmia mais prevalente (Estudo Fama) sendo esta responsável por ¼ dos acidentes vasculares cerebrais (AVC). Todas estas situações conduzem à perda de dias de trabalho, ao agravamento das contas da segurança social e à perda de qualidade das populações.Ao momento actual, ainda não é possível modificar a nossa carga genética, pelo que deve ser enfatizada que as alterações dos comportamentos, nomeadamente o excesso calórico na alimentação, a falta de exercício físico, o tabagismo, o mau controlo da diabetes e dos valores do colesterol, conduzem ao agravamento da aterosclerose e que se traduz em 12.000 enfartes do miocárdio / ano, 266.000 doentes de insuficiência cardíaca crónica (Estudo Epica) e 20 casos / dia de morte súbita.Neste contexto é muito importante tratar os factores de risco, nem sempre óbvios mas cuja prevalência duplica a cada década de vida. Cerca de 15.000 pessoas morrem em Portugal vítimas de arritmias cardíacas, sendo a morte súbita a sua forma de apresentação na sua maioria. Estas acontecem sobretudo por falta de prevenção e informação. 89% dos portugueses desconhecem que as arritmias cardíacas podem ser fatais se não forem tratadas.O diagnóstico de uma arritmia é feito numa consulta médica pela história clinica, pela história familiar, pelo exame físico e por alguns exames. O electrocardiograma é o exame que regista a actividade eléctrica do coração e poderá identificar a arritmia. No entanto para um diagnóstico mais preciso em algumas situações são necessários registos electrocardiográficos de 24 horas, 48 horas, 7 dias ou 30 dias. Em situações mais complicadas implantam-se microdispositivos, os chamados detectores de eventos, com monitorização remota, que vão permitir identificar arritmias potencialmente fatais.Um ecocardiograma permite avaliar o coração, verificar as suas dimensões e o seu funcionamento como bomba que ejecta sangue na circulação. Deste modo permite diagnosticar ou excluir a presença de cardiopatia estrutural. É um exame extremamente importante na segurança na prática de exercício físico em desportos altamente competitivos em idades jovens ou na prática de exercício regular em idades mais avançadas.As novas técnicas de imagem permitem reconhecer doença cardíaca incipiente. Deste modo dispomos actualmente de uma série de ferramentas diagnósticas que permitem actuar numa fase mais precoce da doença cardíaca com inequívocas vantagens no prognóstico final. Temos terapêuticas farmacológicas e dispositivos médicos (pacemakers, cardioversores desfibrilhadores) que permitem salvar vidas. A utilização de células mesenquimais para a terapêutica regenerativa intracoronária está a dar os primeiros passos no tratamento do enfarte agudo do miocárdio. Com diagnóstico realizado podemos tratar e orientar, melhorando a sobrevida. Por isso não deixe de recorrer ao seu médico.* Médico Cardiologista e Arritmologista (Responsável Clínico da Clínica do Coração Santarém e Vice-Presidente da Associação Bate-Bate Coração)
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