O Challenge de Marcha da IAAF que se realiza há 12 anos em Rio Maior desceu de categoria. passou para o grupo C e isso fez com que o número de atletas estrangeiros fosse mais curto e que os habituais campeões olímpicos e mundiais estivessem ausentes. com isso ficaram a ganhar os internacionais portugueses.Vera Santos, a representar o Sporting Clube de Portugal, integrou o grupo da dianteira na companhia das principais adversárias. Após a passagem aos dez quilómetros, abrandou e deixou na frente a riomaiorense Inês Henriques e a brasileira Erica de Sena, que ficaram sozinhas no comando da prova. situação que se manteve ao longo de sete quilómetros. Aos 17 quilómetros Vera Santos colou-se de novo às duas primeiras e aí foi a vez de Inês Henriques ceder. Na volta seguinte Vera Santos já passava isolada, mantendo a posição até à meta, que cortou com oito segundos de avanço sobre a atleta brasileira, Erica de Sena. Quanto às portuguesas, Ana Cabecinha desistiu cerca dos 10 quilómetros e Inês Henriques continuou e apesar das dificuldades acabou no terceiro lugar da prova. Vera Santos garantiu uma vaga para os próximos mundiais de Moscovo. No sector masculino, depois de uma fase inicial com algumas “escaramuças” na frente, João Vieira, do Sporting, Caio Bonfim, o benfiquista Sérgio Vieira e o italiano Marco de Luca assumiram a liderança da prova e mantiveram-se juntos até aos 15 quilómetros, altura em que João Vieira e Caio Bonfim se isolaram na frente. O italiano foi o primeiro a descolar. foi depois acompanhado por Sérgio Vieira.Nos três quilómetros finais Sérgio Vieira não se conseguiu livrar de Caio Bonfim e no sprint final o brasileiro acabou por ser mais forte e chegou cinco segundos à frente do sportinguista.Classificações: seniores femininos - 1ª Vera Santos, Sporting; 2ª Erica de Sena, Brasil; 3ª Inês Henriques, CN Rio Maior; 4ª Maria José Poves, Espanha; 5ª Ainhoa Pinedo, Espanha. Masculinos - 1º Caio Bonfim, Brasil; 2º João Vieira, Sporting; 3º Sérgio Vieira, Benfica; 4º Marco de Luca, Itália; 5º José Bágio, Brasil.Vera Santos e João Vieira satisfeitos com os resultados alcançadosVera Santos garantiu que não esperava até conseguir um resultado tão bom. “Estou a recuperar bem das lesões que me apoquentaram, mas estamos a trabalhar de forma bem controlada, temos que ir devagar. Vim a Rio Maior com o objectivo de tentar um lugar na convocatória para o mundial. Resguardei-me na parte inicial. no final senti-me bem e consegui vencer. foi bom consegui o objectivo de ser seleccionada para o Mundial. estou muito contente”.Por sua vez João Vieira terminou a prova muito aborrecido devido à dualidade de critérios de alguns dos juízes da prova. “Para mim foram advertências sem nexo. tive que refrear a minha prova para não ser desclassificado. o brasileiro passou todo o tempo a correr nas curvas e os juízes o que fizeram foi fechar os olhos”, disse com alguma desilusão. No entanto mostrou-se feliz com o resultado. “Estou feliz e tranquilo. vou continuar a trabalhar para estar no máximo da forma na Taça da Europa e no Campeonato do Mundo. é aí que o João Vieira vai dar tudo”, garantiu.“Marcha está de boa saúde em Rio Maior”Jorge Miguel é o “pai” da marcha em Rio Maior e em Portugal continua a remar com força por levar a modalidade por diante na “Cidade do Desporto”. “Estamos a trabalhar bem, temos um grupo de atletas muito bom. para além dos internacionais temos aí uma nova geração que promete continuar o alto nível que a marcha tem tido nos últimos 20 anos em Rio Maior”.A dispersão dos atletas internacionais para clubes de maior dimensão não deixou marcas. “Os atletas saíram para clubes que lhes dão as condições que em Rio Maior não são possíveis. Mas continuam a treinar e a fazer a sua vida aqui na cidade. Os jovens que vão aparecendo trabalham para que o seu dia ao sol chegue. Já tivemos a Mara Ribeiro e o Miguel Carvalho em provas internacionais de juniores, vamos dando seguimento ao nosso trabalho. Não tenho dúvidas de que quando o grupo que nos deu grandes alegrias acabar já temos outro para o substituir”, garantiu Jorge Miguel.Em relação à prova internacional Jorge Miguel está convicto de que vai continuar. “Atendendo que neste momento os apoios são poucos, é praticamente a Câmara Municipal de Rio Maior e a Desmor a fazer todo o esforço, houve necessidade de voltar à origens, à Associação Europeia. é o grupo C mas é aquele a que neste momento podemos chegar. O circuito da IAAF obrigava a um orçamento que neste momento não é possível em Rio Maior”.