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Uma claque que nasceu no pior momento do Vilafranquense

Uma claque que nasceu no pior momento do Vilafranquense

Os fins-de-semana das cerca de vinte pessoas que constituem o núcleo duro das Piranhas do Tejo são praticamente ocupados com os jogos de futebol do União Desportiva Vilafranquense. “Já chegamos a ser mais de 200 mas pelo menos vinte pessoas acompanham o clube em casa ou fora”, diz David, um dos elementos que dá a cara pela claque apesar de salientar que não existem hierarquias na organização.As Piranhas do Tejo, conta-nos David, nasceram a 2 de Abril de 2006, num dos piores momentos do clube. O Vilafranquense tinha enfrentado três descidas de divisão consecutivas e já ninguém vinha até ao Campo do Cevadeiro apoiar o clube. “Estávamos a jantar na casa de um amigo e já tínhamos bebido bastante. Como não podíamos conduzir fomos ficando por lá até que resolvemos criar a claque”, recorda David. O nome foi lançado como barro para a parede e acabou por colar. Desde daí não há um jogo da equipa sénior que não tenha a presença da bandeira dos Piranhas e do tambor que lhes é característico. A motivação dos adeptos é simples: gostam de ver futebol e de beber imperiais e para isso até chegam a alugar autocarros para se deslocarem ao exterior. Mas também há sacrifícios que se fazem para poder estar sempre presente. Chris de 33 anos diz que há uns anos gastou 14 dias de férias do seu emprego para poder estar no campo a apoiar a sua equipa. “O União está a frente de tudo. Por exemplo dentro da claque toda a gente tem outras preferências clubísticas mas aqui isso não importa. Estamos todos cá para o mesmo”, afiança Chris. Conhecidos pelos cânticos que em grande parte são inventados pelos próprios, as Piranhas são um espectáculo fora do verdadeiro espectáculo que é o jogo de futebol. “Já chegámos a ser aplaudidos por adversários no final dos jogos e somos quase sempre bem recebidos nos campos a que nos deslocamos”, explica David. Os elementos têm quase todos mais de trinta anos e são do concelho. Também há mulheres apesar de virem por influência dos namorados.Ao contrário da violência que é associada à maior parte das claques, as Piranhas orgulham-se de nunca terem provocado desacatos nos outros estádios. Contudo há sempre “ódios de estimação”. “Os nossos rivais são o Alverca, devido a história concelhia e o Lourinhã pela maneira como somos recebidos”, finca David.Tal como acontece nos grandes, há uma notória diminuição de público quando a equipa está a perder mas isso não serve de desculpa para adeptos mais ferrenhos. “O Cevadeiro é praticamente a nossa segunda casa”, acrescenta David, que também gosta de acompanhar a equipa de Hóquei em Patins do UDV e que espera ser campeão na divisão de honra. A SAD é mal menorO facto do futebol do UDV ser agora gerido por uma Sociedade Anónima Desportiva (SAD) incomoda as Piranhas do Tejo mas concordam que era um mal necessário para salvar o clube. “Não é que nos agrade completamente. Se pudesse ter um clube gerido por sócios e adeptos era melhor. Mas temos que ver que actualmente o futebol é negócio”, explica David que elogia o trabalho feito pela SAD na colocação de 16 módulos que vão potenciar o futebol amador. O adepto alerta no entanto que o grau de exigência em termos de classificação tem que ser maior e deseja que haja mais atletas oriundos de Vila Franca de Xira.
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