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Conservatório de Ourém e Fátima aposta em Curso Profissional de Música

Conservatório de Ourém e Fátima aposta em Curso Profissional de Música

A música é uma profissão com futuro, veja-se o exemplo dos diplomados em Música, entre 2001 e 2010, pela Universidade de Aveiro. Apenas um está inscrito como desempregado. O Conservatório de Ourém e Fátima, um dos maiores do país e com 15 anos de existência, abriu este ano lectivo o seu primeiro curso profissional. Os 15 alunos inscritos garantem que “estão satisfeitos” com essa opção.

Ana Lúcia Filipe tem 18 anos, é soprano e tem um sonho: fazer parte de uma companhia de ópera. Fã incondicional de Diana Damrau, Cecília Bartoli ou Anna Netrebko, inscreveu-se no Curso Profissional de Música que iniciou este ano lectivo no Conservatório de Música de Fátima. Esta escolha foi consciente porque, como diz, “foi sempre o que gostei.”Frequenta o CMOF - Conservatório de Música de Ourém e Fátima há cerca de nove anos. Começou pelo violino, introduzindo depois as aulas de Canto e Piano. “Sempre disse à minha mãe que queria ter aulas de Canto e tinha 12 anos quando iniciei”, refere.Sabe que o percurso até ao sonho do reconhecimento da sua voz será de “muito trabalho”, mas está determinada em concluir este curso profissional, seguir para a universidade e, eventualmente, estudar no estrangeiro. Apesar do público fiel que tem em casa e até do outro lado da rua, onde mora a avó, que já lhe disse: “hoje ouvi-te aqui em casa”, prefere trabalhar no Conservatório, onde é também a presidente da associação de estudantes.Ana Lúcia Filipe não tem dúvidas que o seu futuro profissional passará pela música. O empenho e devoção que demonstra são já um bom prenúncio. Fidelidade à vocação A história de Ana Lúcia Filipe repete-se com Samanta Crispim, embora Samanta, de 15 anos, tivesse de ser mais assertiva no momento de comunicar a escolha profissional aos pais. Frequenta o Curso Profissional de Música de Cordas e Teclas do CMOF. No princípio deste ano lectivo ainda começou o 10.º ano na vertente científica do ensino regular. Até aí, e na grande maioria das disciplinas do ensino básico, era aluna de nível 5. Tudo apontava para que viesse a seguir Medicina. Inicialmente contra a vontade dos pais e porque aos 13 anos descobriu na Música a sua vocação, entregou-se “de corpo e alma” e hoje é aluna do Curso Profissional de Música, que lhe conferirá equivalência ao 12.º ano.A descoberta aconteceu com o estudo do violino. “Quando vim fazer a inscrição, na altura com 10 anos, deram-me vários instrumentos à escolha e optei pelo violino. Gostava mesmo de estudar violino, ficava mais concentrada e prestava mais atenção ao mundo”, lembra Samanta.“Disse aos meus pais que gostava de seguir Música, mas a proposta deles era que eu escolhesse a área científica, para que pudesse seguir Medicina”, recorda. “Já estava decidida há muito tempo. Um dia entrei no carro e insisti com a minha mãe: vou seguir Música. Ela teve de escutar e concordar com a minha escolha.”Fã de Bach e de Vivaldi, Samanta prossegue com o violino no curso profissional e quando terminar quer seguir para o ensino superior. “Gostava muito de tocar numa orquestra, ou até num quarteto ou ainda como solista”, conta Samanta. Para a futura violinista “a música faz-nos ver e pensar tudo de maneira diferente. A Música dá-nos a conhecer mais sentimentos, sentimentos que às vezes experimentamos ao extremo.”Estes são exemplos de duas jovens mulheres determinadas, que tiveram a oportunidade de encontrar a sua vocação e a força para decidirem e prosseguirem no caminho que as realiza e as faz felizes.Alexandre Rodrigues, director do CMOF, defende que “o mercado de trabalho precisa de profissionais felizes. Só um profissional que gosta verdadeiramente do que faz dá o seu melhor aos projectos com os quais colabora. Aqui, no CMOF, trabalhamos com esse propósito. Apostamos nos que descobriram a sua vocação e damos o nosso melhor para que venham a ser profissionais felizes.” O director e músico, Alexandre Rodrigues, reforça que “a música é cada vez mais um importante mercado de trabalho.” “O preconceito de que quem segue Música não encontrará trabalho já não faz sentido. Veja-se o caso dos nossos 60 professores”, refere.
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