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Eleita do CDS/PP usou liberdade para discordar

Sessão solene marcada por discursos críticos face à realidade do país
A eleita do CDS-PP Filomena Rodrigues causou estranheza nas comemorações do 25 de Abril em Vila Franca de Xira ao ser a única pessoa que permaneceu sentada no auditório do Ateneu Artístico Vilafranquense quando foi entoada a canção “Grândola Vila Morena” pelo coro da colectividade e da autoria de Zeca Afonso. Segundo alguns autarcas presentes, a atitude da eleita da assembleia municipal perante o “hino” da revolução, foi inédita. Já antes, na hora dos discursos, Filomena fez considerações que lhe valeram alguns comentários como “25 de Abril sempre, fascismo nunca mais”. “A seguir à Primavera de Abril, seguiu-se o Verão quente de 1975. Foram os tempos da irresponsabilidade com as nacionalizações e ocupações a rasgarem o tecido económico. Hoje teríamos uma economia mais avançada e uma sociedade mais equilibrada e justa se tal não tivesse acontecido” disse a autarca do CDS-PP terminando a afirmar que as manifestações do “radicalismo contestatário” eram organizadas para as televisões.A sessão solene comemorativa do 40º aniversário do 25 de Abril de 1974 lotou meia sala e contou com a presença de autarcas e representantes das colectividades. O presidente do município, Alberto Mesquita (PS), sublinhou a importância do 25 de Abril e das conquistas do poder local que ajudaram à melhoria das condições de vida da população. “A diversidade de discursos e de partidos que aqui encontramos só é possível porque existiu um 25 de Abril”, afirmou. Já João Quítalo, presidente da assembleia municipal, homenageou a acção dos capitães de Abril e referiu que as conquistas de Abril estão novamente a ser ameaçadas. António Galamba, do grupo socialista, apelou à adesão da população nas próximas eleições europeias a 25 de Maio e fincou que não nos podemos resignar com a austeridade. O comunista Bernardo Lima advertiu que Portugal vive um dos momentos mais negros do pós 25 de Abril e que estamos num presente do qual não nos podemos orgulhar. Da Coligação Novo Rumo, Rui Rocha garantiu que a liberdade estava consolidada e que é legitimada pelo sufrágio. “Os partidos foram criados para defender as causas públicas”, acrescentou. Do Bloco de Esquerda, Carlos Patrão criticou as grandes empresas e os monopólios. “O desânimo da população é igual ao que se sentia em 1974”, finalizou.Autarcas distinguidosA ocasião serviu também para a entrega de emblemas de mérito autárquico municipal. Os autarcas premiados com o emblema de prata que corresponde a três mandatos autárquicos completos foram: Ana Fajardo, Anabela Bastos, António Claré, António Mateus, António Salvador, Armando Pascoal, Aurélio Marques, Carlos Melo, Carlos Fernandes, Cláudio Lotra, Daniel Dias, Ermezinda Sivas, Francisco Bordalo, Inácio Serpins, João Henriques, Jorge Ferreira, José Rodrigues, José Lilaia, José Dias, José Gonçalves, José Chaparro, José Peixeiro, José Tomé, José Silva Dias, Luís Covas, Manuel Valente, Maria dos Santos, Óscar Soares, Osvaldo Rodrigues, Paulo Glória, Pedro Gaspar, Rosa Coelho e Rui da Rocha.Com o emblema de ouro que correspondia a quatro mandatos completos foram agraciados: João Quítalo, Afonso Costa, Ana Pires, António Santos, António da Silva, Arlindo Dias, Armando Félix, Clotilde Mota, Custódio Loura, Fernando Paulo, Henrique Cordeiro, João Alves, João Areias, João Lopes, Joaquim de Almeida, José Melo, José Miguel, Luciano Ferreira, Luís Almeida, Manuel de Jesus, Maria Santos, Maria Luís, Maria Dulce Arrojado, Maria Ferreira, Maria Alves, Teresa Porém, Quitéria Meireles, Raúl Sanches, Rosa Barral, Rui Rei, Telmo Soares, Vasco Santos e Alberto Mesquita. No final os eleitos da assembleia receberam o livro “Gaibéus” de Alves Redol que foi censurado durante o Estado Novo.

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