A Câmara de Tomar aproveitou a sessão de assembleia municipal temática evocativa do 25 de Abril, realizada no salão nobre dos Paços do Concelho, na manhã de sexta-feira, para proceder a uma homenagem, a título póstumo, a sete autarcas tomarenses. Depois dos representantes de todas as bancadas desse órgão terem discursado, não faltando referências aos tempos difíceis marcados pelas austeridade, os familiares dos autarcas falecidos receberam, emocionados, a Medalha de Ouro das mãos da presidente da câmara, Anabela Freitas (PS), e do presidente da Assembleia Municipal de Tomar, José Pereira. Dando cumprimento a deliberações tomadas em assembleia municipal, em ocasiões anteriores após a morte destes autarcas, de uma vez só foram homenageados António Antunes da Silva, Luís Bonet, Mário Gonçalves Guerreiro, Vasco Pena Monteiro, Amândio Murta, Vítor Borges e Jerónimo Graça. Os familiares dos autarcas já falecidos optaram por não falar devido ao facto de estarem muito emocionados e preferiram agradecer os aplausos com um olhar. “O facto de hoje o município homenagear, a título póstumo, quer o seu presidente da comissão administrativa, quer os presidentes da câmara e assembleia eleitos após o 25 de Abril, representa o enorme respeito que temos pela democracia e pelo legado daqueles que muito contribuíram para o seu engrandecimento”, disse Anabela Freitas, frisando que há 40 anos era impensável Tomar ter uma mulher como presidente do município ou presidente de junta de freguesia. A autarca socialista recordou o que fazia no 25 de Abril. “Estava na escola primária, nuns pavilhões pré-fabricados, na Várzea Grande, em frente à rodoviária. A memória que tenho desse dia, foi o facto do meu professor primário - o professor Diamantino - retirar a fotografia de Marcelo Caetano que estava pendurada por cima do quadro da sala de aula”, partilhou.Jovens eleitos orgulhosos da geração que herdou a democraciaNos discursos, as palavras que se destacaram partiram de dois jovens que integram a Assembleia Municipal de Tomar, nascidos após o 25 de Abril de 1974. Hugo Costa (PS) e Tiago Carrão (PSD) referiram que fazem parte de uma geração que sabe dar o devido valor a este momento. “Certamente estarão alguns de vós surpreendidos, por ser eu, um jovem, a falar em nome do grupo municipal do PSD. Precisamente por não ter testemunhado a revolução de Abril, tenho a responsabilidade acrescida de olhar o futuro, de o pensar e preparar, sem estar condicionado pelo passado” referiu Tiago Carrão, que é filho do anterior presidente da Câmara de Tomar, Carlos Carrão. Já o deputado do PS, Hugo Costa, recordou que era aluno do secundário quando se comemoraram “os 25 anos do 25 de Abril” e que foi essa experiência que o fez despertar para a participação cívica, o que o levaria a ser eleito deputado municipal seis anos depois. “Sem vergonha do cravo ao peito que uso, podemos dizer que os valores da liberdade, igualdade e fraternidade estão a ser finalmente respeitados”, atestou.