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Trabalhadores da João Salvador ainda não receberam créditos prometidos

Trabalhadores da João Salvador ainda não receberam créditos prometidos

Construtora de Tomar fechou portas em 2009 e o leilão público de bens rendeu mais de um milhão de euros, mas antigos funcionários não receberam um tostão até à data. Para piorar, o administrador da insolvência nomeado foi recentemente impedido de exercer essas funções.

Os cerca de 300 funcionários da construtora João Salvador, em Tomar, que fechou portas em 2009, com 27 milhões de euros de dívidas, não receberam qualquer verba até esta data. A distribuição de créditos, prevista no processo de insolvência da empresa, que decorre no Tribunal Judicial de Tomar, ainda não teve lugar, facto que levou a que cerca de trinta antigos trabalhadores se juntassem no feriado, 1 de Maio, à porta do palácio de justiça. Revoltados com a morosidade do processo, mostram ainda a sua apreensão relativamente ao facto de terem descoberto recentemente que o administrador da insolvência nomeado tinha sido impedido de exercer essas funções pela Comissão de Apreciação e Controlo da Actividade dos Administradores da Insolvência, órgão que integra a Direcção-Geral da Administração da Justiça. Uma situação que O MIRANTE confirmou na página desta e que decorre de uma decisão do Tribunal de Instrução Criminal de Coimbra de Fevereiro último. Contactado pelo nosso jornal, o administrador judicial não respondeu às questões colocadas até ao fecho desta edição. A revolta é ainda maior entre os trabalhadores uma vez que sabem que na conta da massa falida estão depositados cerca de 1 milhão e 375 mil euros, fruto de um leilão público que incidiu na venda de máquinas e materiais, realizado a 10 de Dezembro de 2010. Apenas as instalações da empresa, localizada em Santa Cita, não foram vendidas. Por outro lado, existe um encargo mensal de sete mil euros com a contratação de vigilantes, como atestam mostrando o cheque passado à empresa. “Há dinheiro para pagar aos vigilantes, para proteger as instalações mas não há dinheiro para nós porquê”, interrogam-se. Os trabalhadores explicam que, para receberem o dinheiro a que têm direito, a juíza responsável pelo processo teria que fazer a graduação de créditos e a distribuição dos mesmos mediante aquilo a que cada um teria direito. Reconhecem, no entanto, que o dinheiro depositado na massa falida não chega para todos. A solução passaria por vender os restantes bens.Há casos de trabalhadores que têm a receber nove salários. Muitos optaram pela reforma, após a saída da empresa, ou arranjaram outro emprego. “Foram dadas instruções ao administrador da insolvência para apresentar o relatório da prestação de contas há mais de dois anos, o que ele não cumpriu perante o tribunal”, prossegue Isabel Farinha. Todos receiam que o processo venha a parar de vez e estão dispostos a arranjar outras formas de luta para chamar a atenção para o seu caso. Nesse dia, ficou decidida uma nova reunião para 31 de Maio. “Se não nos podem pagar cem por cento, paguem vinte por cento”, apelam. Conforme O MIRANTE noticiou em Dezembro de 2010, a verba angariada no leilão não chegava sequer para pagar os ordenados atrasados, subsídios e indemnizações aos cerca de 300 trabalhadores. Em Março desse ano, a União dos Sindicatos de Santarém indicava que a firma de construção e obras públicas tinha por pagar aos funcionários um total de 3,4 milhões de euros, num universo de cerca de 27 milhões de dívidas que foram contabilizados aquando do encerramento da firma.
Trabalhadores da João Salvador ainda não receberam créditos prometidos

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