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Desemprego incentivou-os a criar o seu próprio negócio

Desemprego incentivou-os a criar o seu próprio negócio

João Figueiredo e Nelson Ribeiro criaram a Scaldrive em Santarém em Setembro de 2013

O balanço dos primeiros meses de actividade da empresa é positivo, embora tenham noção que os primeiros tempos são para dar a conhecer os seus serviços e angariar clientes.

Foi o desemprego que incentivou Nelson Ribeiro e João Figueiredo a criarem o seu próprio negócio. Ambos eram colegas numa oficina de mecânica quando o patrão se viu obrigado a fechar portas. Como não têm paciência para estarem sentados no sofá a ver televisão e à espera que as coisas caiam do céu, arregaçaram as mangas e criaram a sua empresa. A Scaldrive nasceu em Setembro do ano passado, sendo Nelson Ribeiro e João Figueiredo sócios-gerentes e, por enquanto, os únicos funcionários.O percurso de vida de ambos é semelhante. João Figueiredo, 41 anos, trabalha no ramo da mecânica desde os 14 anos. Nunca teve outra profissão. Como não gostava de estudar resolveu experimentar o curso de mecânica em Santarém que o pai viu no jornal. A alternativa era estudar, por isso João tirou a formação. Gostou do curso mas confessa que ao início passou momentos difíceis. “Era frequente entalar as mãos e davam-nos carros muito pesados para trabalhar. Dizia à minha mãe que não queria ser mecânico mas no dia seguinte lá estava eu de novo na oficina e as coisas foram melhorando. O esforço valeu a pena”, confessa.Nelson Ribeiro, 36 anos, sempre teve curiosidade com tudo o que estava relacionado com mecânica. Decidiu tirar o curso profissional de Mecânica com 14 anos. Começou logo a trabalhar numa oficina em Coruche, de onde é natural. Nos tempos livres trabalhava no ramo da hotelaria. Começou por trabalhar num café e depois de fazer formação trabalhou em restaurantes, tendo chegado a servir em casamentos. Actualmente dedica-se em exclusivo à área da mecânica. “A restauração servia para me distrair, era um escape onde estava com pessoas diferentes, sobretudo ao fim-de-semana”, explica.João e Nelson começaram a trabalhar em oficinas diferentes, embora pertencessem ao mesmo patrão. Entretanto este decidiu unir as oficinas e convidou Nelson para ir trabalhar para Santarém. Este aceitou o desafio e foi assim que os actuais sócios se conheceram. Quando ficaram desempregados avançaram com a criação da própria oficina. Os primeiros meses de actividade da Scaldrive são positivos embora tenham noção que os primeiros tempos são para dar a conhecer os seus serviços e angariar clientes. “Um negócio é como uma árvore. Primeiro tem que se plantar, para se colher mais tarde. É o que estamos a fazer”, exemplifica João Figueiredo.Com uma boa carteira de clientes que trouxeram do anterior emprego, João e Nelson referem que o “boca-a-boca” dos clientes tem trazido mais clientes todos os dias. O investimento publicitário, nomeadamente no jornal O MIRANTE, também tem ajudado. A única crítica que fazem é às obras na Estrada da Estação, onde a oficina está situada, que veio prejudicar o negócio. No entanto, os empresários sabem que as obras são importantes e que no futuro também eles vão beneficiar com estes melhoramentos.A Scaldrive presta todo o tipo de assistência relacionada com mecânica geral, electrónica e electricidade. Os vários anos que trabalharam com a marca Renault permitiram-lhes fazer muitas formações, o que lhes dá agora muita experiência para trabalhar. Qualquer problema que o automóvel tenha, a Scaldrive repara. O serviço mais procurado é o de electrónica. Alguns clientes não sabem o que significam algumas luzes acesas e procuram a oficina para resolver o problema. Nelson e João dizem que tentam sempre explicar os problemas técnicos dos carros de maneira a que os clientes percebam o que se passa com as suas viaturas. “Enquanto se tira a carta de condução, por exemplo, devia-se explicar assuntos mais técnicos para os condutores ficarem melhor preparados”, refere João Figueiredo.Em momentos de crise, como o que o país atravessa, os condutores vão adiando levar o carro à oficina. Só o fazem já no último momento. Os mecânicos afirmam que fazer orçamentos, por vezes, é um pouco ingrato porque estimam determinado valor mas depois quando se abre o carro este está em muito pior estado. “O que vale é que existem as inspecções que obrigam a que os carros estejam em condições”, dizem.
Desemprego incentivou-os a criar o seu próprio negócio

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