A última sessão da Assembleia Municipal de Ourém ficou marcada pelos rasgados e emocionados elogios, proferidos por vários intervenientes, ao ex-vice-presidente da câmara e antigo presidente do conselho de administração da empresa municipal “Ourém Viva”, José Alho, que nesse dia se encontrava a assistir à reunião. O rol de louvores começou após a presidente da assembleia, Deolinda Simões (PS), ter lido uma carta de agradecimento de José Alho, que deixou a administração da Ourém Viva, cargo que não era remunerado, para aceitar um lugar de assessor na Câmara de Abrantes. Depois de várias intervenções, o vereador do movimento independente MOVE, Vítor Frazão, referiu que subscrevia as palavras proferidas e anunciou que já propôs inclusivamente, em reunião de câmara, um voto de reconhecimento a José Alho pelo trabalho desenvolvido em prol do município de Ourém. Quem ali caísse de pára-quedas sem saber o que se passava, poderia ficar a pensar que Alho tinha sofrido algum transtorno grave na sua vida. O tom saudosista de alguns elogios levou mesmo o presidente da câmara, Paulo Fonseca (PS), a desdramatizar e a dizer que José Alho “não ia emigrar”, mas só trabalhar para um concelho da região que nem fica assim tão longe quanto isso.