O presidente da Câmara de Santarém Ricardo Gonçalves (PSD) e a vereadora socialista Idália Serrão voltaram a envolver-se em picardias na última reunião do executivo, realizada na tarde de segunda-feira, 5 de Maio, após a autarca e deputada do PS ter insinuado que o presidente da autarquia tinha mentido acerca dos processos disciplinares instaurados a funcionários do município.Depois de na anterior reunião pública de câmara o advogado de quatro funcionários ter dito que os mesmos tinham sido alvo de processos disciplinares e de medidas persecutórias - como a mudança de funções e de local de trabalho - por terem impugnado um concurso para lugares de chefia, Idália Serrão sugeriu que Ricardo Gonçalves não tinha contado a história toda quando, questionado por ela, havia dito em anterior reunião que não tinha conhecimento de quaisquer represálias exercidas sobre trabalhadores.“O senhor presidente não tem nada para nos contar?”, questionou Idália Serrão. Recordando as explicações dadas por Ricardo Gonçalves em reuniões anteriores e as acusações do advogado dos funcionários, Idália Serrão pediu ao presidente da câmara “que não voltasse a mentir”, o que suscitou a imediata reacção deste dizendo que não admitia esse tipo de insinuações.Ricardo Gonçalves afirmou que mantinha o que tinha dito anteriormente. Ou seja, que tinha conhecimento da existência de 5 processos disciplinares em curso na autarquia, mas sem saber pormenores dos mesmos, e que esse número era até inferior à média de outros anos. Negou novamente que exista qualquer clima de medo ou de perseguição sobre funcionários e lembrou que os processos referidos pela vereadora estão ainda em fase de inquérito, logo cobertos por sigilo.“Não lhe admito que faça esse tipo de insinuações e que diga que menti. Não estou aqui para ouvir tudo o que a senhora quer dizer”, afirmou Ricardo Gonçalves, acusando Idália Serrão de sobranceria e arrogância e de querer menorizar outros membros do executivo com as suas intervenções. “Não quero ser ofensivo, mas acho que do ponto de vista da sua personalidade há algo que não está bem resolvido”, declarou, sublinhando que não reconhece autoridade moral à vereadora e deputada para fazer esse tipo de intervenções.Ricardo Gonçalves tinha também sido instado a falar sobre o caso dos processos disciplinares na última sessão da assembleia municipal - nomeadamente devido às acusações feitas pelo advogado dos trabalhadores em reunião de câmara -, tendo garantido que iria tomar providências para defender o bom nome do município, não concretizando contudo se pretende recorrer aos tribunais.