Em criança tinha o sonho de ser futebolista. Em todos os intervalos eu e os meus amigos formávamos equipas para jogar à bola no pátio da escola. Depois cresci e descobri que só ganhava dinheiro a jogar futebol quem fosse realmente muito bom. No 10.º ano segui a área de Ciências e cheguei ao 12.º ano sem saber o que é que queria ser. Fiz os exames finais de acesso à Universidade e fiquei com uma média de 13 valores que não dava para grandes “voos”. Como não queria ser farmacêutico, apesar dos meus pais serem donos de uma farmácia, escolhi Ciências Farmacêuticas e, em alternativa, Ciências da Nutrição. Entrei na segunda escolha. Só comecei a adquirir hábitos de alimentação saudável depois de ter entrado no curso. Quando era mais jovem entrava numa pastelaria e, se me apetecesse, comprava dois bolos e um sumo. Tive uma infância e adolescência normais, dentro das dificuldades próprias destas idades. Fiz natação entre os 6 e os 15 anos e cheguei a participar em competições. Desde a segunda classe que comecei a aprender inglês, o que me ajudou muito durante o ensino secundário.As consultas de nutrição ajudam a prevenir inúmeras doenças. O meu objectivo é ajudar as pessoas. Tento ser sempre bom profissional. Para além das consultas de nutrição na clínica, da qual sou sócio-gerente, ajudo na parte administrativa da Farmácia e dou apoio ao Laboratório de Análises Clínicas Dr. Joaquim Chaves. É mais difícil ajudar a engordar uma pessoa magra do que ajudar a emagrecer quem tem excesso de peso. Começo por falar um pouco com o paciente para criar empatia. Faço a ficha da pessoa e pergunto-lhe os motivos pelos quais me procurou. Em seguida, numa máquina apropriada, analiso vários indicadores, tais como a percentagem de massa gorda, de água, o índice de massa corporal e a altura. A cada consulta repetimos esse procedimento para acompanharmos os valores e ajustarmos as consultas. Na primeira consulta a pessoa sai sempre com um plano alimentar definido. A motivação para perder peso tem que partir da própria pessoa. Tento dar liberdade de escolha ao utente. Não existem alimentos proibidos. Um dia não são dias. Mas há alimentos que nos fazem mal e se consumidos diariamente podem originar doenças. É fundamental haver evolução a cada pesagem porque senão as pessoas desmotivam. A nutrição é aprender a fazer uma alimentação equilibrada para o resto da vida, mesmo depois de alcançar o peso ideal. Sou uma pessoa madrugadora. Antes de vir para a clínica tenho por hábito ir ao café, ler um jornal desportivo e falar com um amigo. Vivo com a minha namorada, que trabalha na farmácia e ainda não temos filhos. Por norma, vou almoçar a casa. Tenho uma certa liberdade de horários e, por este motivo, não sinto necessidade de desligar do trabalho. Em casa, troco opiniões sempre que é necessário.Comecei a gostar de cozinhar as minhas próprias refeições. Gosto de utilizar os ingredientes certos e de escolher alimentos saudáveis no supermercado. Tenho pratos que faço mas não são necessariamente dietéticos. Os vegetais são essenciais, tal como os sumos nutritivos. Penso sempre que o dia de amanhã vai ser sempre melhor do que hoje. Aos fins-de-semana costumo ir até à quinta dos meus pais, numa aldeia perto de Tremês, e partilho sempre uma refeição com eles. Quando podemos tiramos uma semana de férias. Mesmo quando estou nervoso tento transparecer que estou calmo. Gosto de ter as coisas controladas, tento adaptar-me ao imprevisto. Gosto muito de viajar. Ajuda-me a abrir horizontes. Já conheci alguns países da Europa mas não há nada como a gastronomia portuguesa. Gosto mais do campo do que da cidade.