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“Não há economia saudável com bancos doentes”

“Não há economia saudável com bancos doentes”

Presidente da AIP nas Jornadas Millennium Empresas
Para o presidente da AIP resolver o problema do endividamento das empresas é prioritário. José Eduardo Carvalho defende que a solução poderá passar pela “elaboração de um plano para reestruturar as dívidas das empresas” tal como o FMI propôs ao Governo”, iniciativa que considera “fundamental”. Aquela posição foi defendida perante duas centenas de empresários que o escutaram durante a sua intervenção nas “Jornadas Millennium Empresas”, realizadas pelo Millennium BCP no dia 7 de Maio, no Teatro José Lúcio da Silva, em Leiria. José Eduardo Carvalho lamentou o facto de todos criticarem a actuação do Fundo Monetário Internacional (FMI) em Portugal, quando podiam antes reflectir sobre a mais-valia das suas propostas. “Discordo dessa análise, penso que muitas das suas decisões, políticas e propostas se enquadram perfeitamente naquilo que necessitamos para sair do buraco onde nos encontramos”, afirmou o presidente da AIP. “O FMI propôs ao Governo a elaboração de um plano para reestruturar as dívidas das empresas. É fundamental. O endividamento das empresas representa 118% do PIB, excluindo as sociedades financeiras”.Para o presidente da AIP, “a severidade nas exigências do plano de ajustamento que se teve com a banca relativamente à desalavancagem e aos capitais próprios acabou por conduzir à insolvência das empresas”. O stock do crédito das micro e pequenas empresas em três anos reduziu 7,3 mil milhões de euros, montante que “bastava para construir seis pontes Vasco da Gama”.Nos próximos tempos “é extremamente difícil a este Governo ou a qualquer outro fazer o equilíbrio virtuoso entre uma política orçamental, que tem que ter austeridade, e uma política de competitividade, que tem que ter crescimento”, observou José Eduardo Carvalho acrescentando uma nota de encorajamento aos empresários: “Não podemos estar à espera de políticas públicas que nos possam ajudar a resolver os problemas. Temos de contar mais connosco que propriamente com essa esperança”. “Não há uma economia com saúde com bancos doentes”, assim avaliou o presidente da AIP, sublinhando estarmos a viver “uma crise de descontinuidade”, semelhante àquela que combinou os efeitos da Grande Depressão com os da Segunda Guerra Mundial. “É uma crise em que não basta corrigir os desequilíbrios sem alterar a matriz da estrutura da economia ou da estrutura produtiva”, referiu José Eduardo Carvalho que explicou em detalhe a sua interpretação dos acontecimentos: “Esta crise de descontinuidade que vivemos actualmente acentuou de forma muito significativa o processo de desindustrialização que se desencadeou durante os últimos 20 anos e também o fenómeno da reindustrialização. Mas estes fenómenos não se passam da mesma forma entre países com excedentes e países com défices”. E acrescentou: “Entre 2000 e 2012 a Europa perdeu cerca de 4,6 milhões de empregos no sector da indústria transformadora e na indústria extractiva. Os países do Sul perderam muito mais (enquanto a Alemanha cresceu 62.000), a Itália perdeu 561.000, a Espanha 635.000 e Portugal cerca de 156.000. A República Checa, a Eslováquia, a Alemanha, a Dinamarca e os Países Baixos não tiveram um decréscimo do contributo da indústria no PIB. “Nos países com défice isso sucedeu”, precisou o presidente da AIP ao sublinhar que “a situação é um pouco diferente conforme se trate de um país com défice e de um país com excedentes”. José Eduardo Carvalho reflectiu sobre o tema “Factores de desenvolvimento da Economia da Região de Leiria”, painel onde intervieram também Avelino Gaspar (presidente do grupo Lusiaves), Joaquim Menezes (presidente do grupo Iberomoldes), Jorge Santos (presidente da Associação Empresarial da Região de Leiria) e Luís Pereira Coutinho (administrador executivo do Millennium BCP). Nuno Amado, presidente executivo do Millennium BCP, encerrou o encontro.
“Não há economia saudável com bancos doentes”

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