O leitor José Manuel Lourenço insurge-se, na última edição de O MIRANTE, numa carta enviada para a secção dos leitores contra o facto de o jornal divulgar as fotos dos agentes funerários da região, seja através de anúncios publicitários, seja a acompanhar reportagens sobre o seu trabalho ou sobre as suas empresas. “Para quê esta prática que me parece a mim uma autêntica aberração?”, interroga ele. E termina com um desafio. “Deixo aos mais iluminados sobre estas matérias, algum esclarecimento, para ver se eu consigo perceber os motivos”. Não sendo nenhum iluminado não irei tentar explicar-lhe nada nem acho que seja relevante fazê-lo uma vez que estamos no mero campo das opiniões e em matéria de opiniões sobre estes temas, cada um tem as suas. A minha opinião é diferente. Se conhecemos, por serem divulgadas nos meios de comunicação, as caras de quem nos governa, de quem dirige os bancos, as seguradoras e os supermercados, por exemplo. Se conhecemos, através dos meios de comunicação, os rostos dos médicos, dos padres, dos bispos, dos artesãos, dos chefes da polícia, porque não conhecermos os rostos daqueles a quem nós próprios, através de contrato antecipado, ou as nossas famílias, irão encomendar os nossos funerais?José Fernandes Navalho