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Nem um operário para homenagear em 100 anos de história de Alcanena?

Dizem que os brasões são a expressão da identidade de uma comunidade e reflectem a riqueza das vivências de determinada população. O brasão de Alcanena tendo um fundo prata que representa Paz e Humildade, é composto de uma azinheira da qual antigamente era extraída a matéria-prima para curtir a pele e dois maços que serviam para bater os couros. As raízes do concelho de Alcanena fundem-se, portanto, na importância basilar da indústria de curtumes, amplamente reconhecida pelos ilustres da terra, da qual depende, largamente, a actividade económica. Certo é que para o sucesso da indústria, dos industriais e da imagem de marca do concelho não foram poucos os milhares de operários que deram o corpo e a alma pelo ofício, em tempos, em condições totalmente desumanas de exploração, tal como continuam a ser muitos os que suportam a actividade. Nem tão pouco foram menos relevantes as batalhas travadas pelas 8 horas de trabalho e pela condição “trabalho igual, salário igual”!No  dia de comemorar os 100 anos do concelho, quando se procederam a  128 condecorações honoríficas não houve espaço para um operário ser homenageado... não houve desde os primórdios da laboração industrial um único trabalhador que merecesse ver reconhecido a prática que sustenta tão pomposamente os louvores desta terra. Seriam muitos os nomes que se podiam  inscrever na sessão comemorativa... e se por acaso a intenção foi não melindrar individualidades, Alcanena tem quem represente os operários e essa instituição chama-se sindicato. Tal como são esquecidos na hora de desenhar o programa das comemorações... as intervenções das forças politicas decorrem durante o horário em que a classe operária se encontra a trabalhar. Essa coisa das palavras é afinal para as elites (pensam alguns)! A imagem repete-se numa exposição representativa que pelo que vi volta a esquecer quem constitui a arma para os heróis se degladiarem na abastança. Afinal quem dá vida a este brasão desenhado sobre a cor da humildade??? Que na reconstituição da História do concelho de Alcanena se esforcem para não esquecerem o motor da actividade económica do concelho! Lamentável! Carla Pereira

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