Eleições na Nersant levam Fernando Pratas a demitir-se do PS
O ex-deputado e líder da bancada socialista na Assembleia Municipal da Chamusca já tinha o copo cheio e as eleições para a Nersant - Associação Empresarial da Região de Santarém foram a gota de água que levou Fernando Pratas a demitir-se do PS. O membro da direcção da Nersant, desde 2007, não concordou com as negociações entre a actual presidente e recandidata Maria Salomé Rafael e o outro concorrente e vice-presidente desta, Domingos Chambel, que culminou numa lista única.Fernando Pratas, em declarações a O MIRANTE, diz que há algum tempo andava cansado com o estado do PS e o modo como se faz política e que o processo eleitoral da Nersant foi a última coisa que o “chateou”. E não foi, garante o advogado, por ficar afastado das listas. Porque, sublinha, iria fazer parte das listas de Salomé Rafael. “Pedi para não ser incluído na candidatura”, assegura.O desencanto de Pratas, que pediu para sair do secretariado distrital do PS, leva-o a dizer que se está perante a geração de autarcas mais fraca desde que há democracia em Portugal. O advogado fala em falta de lealdade e seriedade na política, que é feita por “pessoas que não têm perspectivas para nada”. “Os partidos não querem encontrar os melhores, mas sim os que estão dispostos a defender determinados interesses”, comenta Fernando Pratas, acrescentando que os partidos “estão aprisionados de interesses que nada têm a ver com os interesses do país”. Para o ex-deputado na Assembleia da República, assiste-se a uma falta de soluções do PS e dos seus quadros e “não há nada para percorrer de positivo” no partido. Pratas diz que não tomou a decisão por qualquer falta de perspectiva em ter cargos políticos, ressalvando que até estava em condições de assumir papéis mais importantes. Realça que tem trabalho, defendendo que quem vai para a política deve ter um emprego. Sublinha que tentou corrigir algumas coisas no partido, mas só recolheu “palmadinhas nas costas e incompreensão”. O presidente da concelhia do PS da Chamusca diz que foi apanhado de surpresa quando recebeu uma carta por correio electrónico na qual Pratas informa a sua demissão e pede a sua substituição como presidente da assembleia de militantes do PS local. Diamantino Duarte salienta que não lhe foram comunicadas as razões da decisão. Fernando Pratas vai continuar como eleito da Assembleia Municipal da Chamusca, mas como independente.
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