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Basquetebol da Chamusca em risco de perder o seu coordenador

Doente e cansado Manuel Azevedo quer passar a pasta a gente com outras ideias

Manuel Azevedo é mestre em ciências do desporto, está a fazer o doutoramento na mesma área, tem o curso de treinador de basquetebol de terceiro grau (o mais elevado em Portugal), é formador de treinadores na Escola na Nacional de Basquetebol, treinador da Selecção Distrital de Santarém e um coordenador dedicado à modalidade no Chamusca Basket Clube.

É no basquetebol chamusquense que Manuel Azevedo se tem distinguido. Sob a sua coordenação e treino a Escola de Basquetebol do Chamusca Basket Clube transformou-se numa das melhores do país. Os jovens basquetebolistas da Chamusca ombreiam todos os anos com as melhores equipas portuguesas na disputa dos campeonatos nacionais de jovens.Manuel Azevedo tem credenciais para treinar qualquer equipa em Portugal, já teve convites de alguns clubes de nomeada, mas a sua opção de vida foi o de garantir o seu emprego como coordenador do desporto da Câmara Municipal da Chamusca. “Ainda tive uma passagem pelo Marinhense, então na segunda divisão nacional, onde fomos campeões, depois na primeira divisão fomos finalistas, mas na altura fiz a opção pelo basquetebol da Chamusca, que neste momento não sei se irá continuar”.“Temos tido efectivamente excelentes resultados, acredito que tenho tido uma boa percepção para recrutar pequenos jogadores para o basquetebol, tenho conseguido incutir nos jovens o respeito pelo clube e pela sua terra, mantendo-os na prática da modalidade durante vários anos, e também fazendo com que eles sejam homens e mulheres de verdade, mas estou doente e cansado”, disse Manuel AzevedoManuel Azevedo, embora se confesse cansado e disposto a deixar a parte activa do basquetebol da Chamusca, orgulha-se do trabalho efectuado por muita gente ligada ao clube há muitos anos. “Temos muita gente a trabalhar sem ganhar um tostão, gente que na sua maior parte foram nados e criados no clube, treinadores e jogadores que vivem com emoção como se o clube fosse seu. Também quero destacar alguns atletas e treinadores que vieram de outras terras para o Chamusca Basket e hoje já se consideram prata da casa. O actual presidente é uma dessas pessoas”, disse.No dia em que O MIRANTE esteve à conversa com Manuel Azevedo, a equipa de sub-14 jogou com uma forte equipa de Queluz. Uma equipa muito mais madura e com jogadores muito corpulentos. “Estamos a disputar uma fase com as seis melhores equipas portuguesas, sabíamos que era a mais forte de todas. Tive que ir para o banco porque o treinador da equipa estava castigado, falei com os jogadores e disse-lhes logo à partida que se conseguíssemos perder por menos de vinte pontos já seria motivo para festejarmos, conseguimos perder apenas por dezasseis pontos, daí a festa que fizemos no fim. Não tenho dúvidas de que esta equipa vai trazer no futuro uma conquista nacional para o Chamusca Basket”, refere.O treinador está a passar por uma fase muito complicada da sua vida, gosta daquilo que faz e da chamusca, mas uma doença que já levou a uma operação para colocação de uma prótese numa perna está a limitá-lo fisicamente. “Eu gosto essencialmente de ser treinador, de saltar e demonstrar como se faz, infelizmente a doença que me foi diagnosticada não é fácil de aceitar, tem sido uma luta muito violenta para mim e por isso sinto-me cansado e com alguma desmotivação, preciso que apareça mais alguém para ajudar e substituir-me. Psicologicamente estou muito afectado”, disse com tristeza.É por isso que Manuel Azevedo pede mais apoio a toda a gente, quer das pessoas da Chamusca quer mesmo às pessoas de dentro do clube. “Sinto que toda a gente podia dar um pouco mais do que dá ao basquetebol, mesmo as pessoas que trabalham voluntariamente no clube, os pais e os jogadores, podiam dar mais um bocadinho para irmos mais além. Se todas as pessoas se empenhassem mais um bocadinho, a Chamusca podia andar no nível máximo do basquetebol nacional”, disse sem querer ser injusto para alguém.Por isso o cansaço do treinador advém disso mesmo e pode mesmo obrigar Manuel Azevedo a afastar-se um pouco mais do clube. “Já pensei muitas vezes em deixar e ir para a bancada ver os jogos descansadamente, a paixão que tenho pelo projecto ainda não deixou que isso acontecesse, mas com este problema da doença não vou aguentar por muito mais tempo. O clube é são, não temos dívidas, vivemos com o que temos e com o subsídio da Câmara Municipal da Chamusca, e temos pessoas no clube capazes de continuar o nosso trabalho. Penso que é a altura de partir para outra e descansar um pouco mais”, disse.

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