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Vereador da CDU admite que a coligação em Tomar está “em abalo permanente”

Vereador da CDU admite que a coligação em Tomar está “em abalo permanente”

Reuniões internas entre PS e CDU, em Maio, acertaram agulhas e seguram acordo de gestão camarária, apenas oito meses após as últimas autárquicas.

A interferência constante do chefe de gabinete da presidente da câmara, Luís Ferreira, nos assuntos respeitantes aos seus pelouros, terá levado o vereador da CDU na Câmara de Tomar, Bruno Graça, a ameaçar bater com a porta no início de Maio e a romper a coligação com os socialistas. “O acordo entre o Partido Socialista e a CDU está permanentemente abalado. Cada passo que se dá é complicado, porque são duas estruturas políticas que estão coligadas”, admitiu. Bruno Graça, que tem o pelouro das feiras e mercados e ainda dos jardins e espaços verdes, não gostou que tivessem retirado os electricistas e outros funcionários do município que estavam a trabalhar nas obras de recuperação do edifício do Mercado Municipal para “irem colocar bandeiras na Festa Templária” ou desenvolver outros serviços a mando do gabinete da presidência. O vereador da CDU referiu que após duas reuniões internas entre o PS e a CDU, na segunda semana de Maio, conseguiu negociar a questão e, neste momento, desde o dia 1 de Junho, está uma equipa a trabalhar no Mercado Municipal que é “suficiente para levar as obras até ao fim com vista à recuperação do edifício”. A este propósito, Bruno Graça esclarece que nunca se comprometeu a abrir as portas do mercado no dia 25 de Abril. “Foi uma resposta que a senhora presidente deu, no decurso de uma assembleia municipal, e sem me consultar. Como não tinha nenhuma informação dos serviços que não era a 25 de Abril, nunca desmenti a senhora presidente. Se avançou com a primeira data, é ela que tem que avançar com outra”, referiu. Bruno Graça considera que essa situação espoletou uma questão interna que era essencial clarificar: a organização do Departamento de Obras Municipais de Tomar (DOM). “Com a organização que o DOM tem, neste momento, é impossível. Quando as pessoas estão a fazer uma obra importante e, de repente, aparece uma pessoa a dizer que está uma floreira mal colocada e se vão buscar os homens ao mercado para virem retirar essa floreira é óbvio que não há mercado que resista”, exemplificou.Também o regulamento da próxima Feira de Santa Iria contribuiu para acentuar o desgaste entre o vereador da CDU e o PS. O documento acabou por ser retirado da reunião de câmara de 12 de Maio para que a redacção do mesmo fosse “ajustada” com os contributos do PS. O vereador Bruno Graça foi avisado por e-mail, na quinta-feira 8 de Maio, que este ponto iria ser retirado da ordem de trabalhos da reunião de câmara e no dia 9 de Maio não meteu os pés na autarquia. Instado por O MIRANTE, Bruno Graça refere que “nunca pediu a demissão” admitindo, no entanto, que estas questões “aceleraram” as reuniões internas entre PS e CDU que decorreram na semana seguinte para “acertarem agulhas”. O regulamento da Feira de Santa Iria acabou por ser discutido e aprovado na reunião de 26 de Maio. Bruno Graça referiu ainda que existem “algumas dificuldades de entendimento” no acordo que foi celebrado entre a CDU e o PS para a gestão da Câmara de Tomar e que incidem ao nível da política do quadro de pessoal e nas políticas que têm vindo a ser seguidas no associativismo, na Cultura e no Desporto.“Quando pedir a demissão, peço a demissão”Já chegou a apresentar a demissão do cargo? Não. Eu não sou, nem estruturalmente nem eticamente, como o Paulo Portas. Quando pedir a demissão, peço a demissão. Quando a CDU decidir que devo pedir a demissão, peço a demissão. Não preciso de dizer que é irrevogável. Pelo contrário, o último despacho de competências até me atribui mais responsabilidades. Um acordo, para ser bem aplicado, tem que estar sempre questionado. Como é a sua relação com o chefe de gabinete da presidente? É de bom dia e boa tarde. Não tenho que lhe dar satisfações, nem ele tem que me dar satisfações a mim. Apenas à senhora presidente. Sou vereador com competências atribuídas, não pode existir qualquer interferência de nomeados políticos. Essa interferência já se verificou? Não estou no mesmo patamar de discussão. Eu sou vereador, ele é funcionário da câmara por nomeação. Não tenho, por norma, sequer reuniões com o chefe de gabinete, mas já estive presente em reuniões onde se encontrava. Em termos de gestão de câmara, acho que o chefe de gabinete deve ser o braço direito da presidente. Eu trato os meus assuntos directamente com a presidente.
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